Rustin: a história esquecida de um herói
|Com a temporada de premiações de Cinema cada vez mais perto, começam a aparecer aqui e ali as apostas de estudios e dos streamings. É o caso de “Rustin”, novo filme que estreou nesta sexta-feira (17/11), na Netflix.
Com o casal Obama assinando a produção executiva, “Rustin” resgata a história do ativista de direitos civis Bayard Rustin (Colman Domingo), um homem negro que, por ser gay, acabou sendo colocado de lado e esquecido, mesmo tendo sido fundamental na organização da Marcha sobre Washington, em 1963.
Uma grande manifestação que entraria para a História como o maior protesto até então realizado teve a participação de mais de 250 mil pessoas tomando todo o espaço entre o Lincoln Memorial e o Monumento a Washington e que culminou no famoso discurso “Eu tenho um sonho…” feito por Martin Luther King (Aml Ameen), pedindo pelo fim do racismo nos EUA.
Com direção de George C Wolfe, que tem no curriculo, o bom “A Voz Suprema do Blues”(2020), o filme sofre um pouco com alguns vícios do formato documentário, dispersando a atenção do público ao colocar na tela os nomes de cada um dos personagens e assim acaba perdendo um pouco a imersão dos espectadores no que está sendo encenado.
A qualidade, nestes momentos cai bastante e tudo fica com aquela cara de “dramatização” genérica, bastante comum em documentários.
Mas se a narrativa esfria muito nesses momentos, a presença em tela do ator Colman Domingo traz de volta a emoção perdida.
Seu trabalho chama atenção e reconstrói diante do espectador cada aspecto de uma personalidade fascinante, um verdadeiro herói que foi apagado da história por preconceito, mas que contribuiu muito para que o movimento pelos Direitos Civis conseguisse vitórias muito importantes.
A trilha sonora jazzistica de Brandford Marsalis é outro ponto positivo, bem como “Road to Freedom”, na voz de Lenny Kravitz, a canção tema que aparece só nos créditos finais.
Adriana Maraviglia