O coração dos Rolling Stones parou, morre Charlie Watts
|O coração da Maior Banda de Rock do Mundo parou de bater, Charlie Watts morreu nesta terça-feira, 24/08, em Londres, aos 80 anos de idade.
Um apaixonado por Jazz, Charlie tocava em diversas bandas, enquanto trabalhava como designer gráfico em uma agência de propaganda.
Até que, em 1962, em uma dessas bandas chamada Blues Incorporated, de um cara chamado Alexis Korner, ele viu pela primeira vez seu futuro.
A Blues Incorporated foi a primeira banda britânica de R&B e não tinha um line up fixo, assim, muitos músicos que mais tarde ficariam muito famosos como Jack Bruce, Rod Stewart, Eric Clapton e Jimmy Page passaram pela banda.
E foi tocando na Blues Incorporated que Charlie conheceu primeiro Brian Jones e também dois outros caras chamados Mick Jagger e Keith Richards, que vez por outra também tocavam por lá, mas que já estavam começando sua própria banda: Os Rolling Stones.
Em 1963, Charlie entrou para os Stones e daí em diante sua bateria precisa, limpa e suingada seria a estrada asfaltada em veludo por onde seus colegas estridentes e caóticos desfilariam tocando a versão mais próxima que conseguiam fazer do blues americano que tinha embalado seus sonhos adolescentes.
Todo mundo conhece a história deles e a importância daquela que passou a ser chamada por méritos próprios de Maior Banda de Rock do Mundo.
Ontem, esta história de quase 60 anos pode ter chegado ao seu ponto final com a partida de Charlie.
Sempre elegante e discreto, Charlie Watts teve um câncer na garganta que foi tratado e vencido em 2004.
E enquanto todos os fãs já se preparavam para a versão 2021 da “No Filter Tour”, adiada em 2020 por causa da pandemia de Coronavírus, foram surpreendidos no início do mês de agosto por um comunicado oficial que dizia que os exames que os Stones sempre fazem antes de ir para a estrada tinham revelado um problema de saúde em Charlie e que, naquele momento, o baterista já havia passado por uma cirurgia, estava bem, mas não teria condições de fazer shows com a banda.
Para não adiar novamente a turnê, Steve Jordan foi escolhido como substituto, músico que já tinha participado das gravações do disco “Dirty Work”, em 1986, e fazia parte da banda dos trabalhos solo de Keith Richards teria sido uma indicação do próprio Watts.
Até ontem, subitamente, quando foi publicada por volta das 13hrs (horário de Brasília) uma nota do representante do artista informando sobre sua morte, no hospital em Londres, em paz e cercado pela família.
Rapidamente as redes sociais passaram a ficar recheadas de fotos do artista e vídeos com mensagens de grandes nomes da música como Paul McCartney e Elton John.
Diante da morte de Charlie Watts ainda não foi definido se os planos para a nova turnê pelos EUA, começando no dia 26/09, seguem mantidos.
De fato, a discussão entre os muitos fãs dos Stones, nas últimas 24 horas, passou a ser sobre a continuidade da banda. Muita gente que apostava na aposentadoria só em 2022, após uma grande turnê que seria ao mesmo tempo de comemoração do aniversário de 60 anos e de despedida dos palcos, agora aguardam e apoiam qualquer decisão que Mick Jagger, Keith Richards e Ronnie Wood possam vir a tomar.
Rockstar que quase nunca se comportou como um, Charlie era completamente diferenciado. Usava sua expertise como designer gráfico e participava ativamente de todas as decisões estéticas da banda, incluindo as escolhas de capas de discos e cenários de shows.
O músico era casado há 57 anos com Shirley e eles tem uma única filha chamada Seraphina, que tem 53 anos. O baterista tinha apenas uma neta, Charlotte, de 24 anos.
Ainda não foram divulgados detalhes sobre o funeral, mas se espera é que seja voltado para a família e os amigos, seguindo o estilo sempre muito discreto de Charlie Watts.
A morte de Charlie Watts trouxe para os fãs a dolorida lembrança de que, embora tenham se parecido com Deuses, pelo seu tamanho, talento e importância na música, sempre foram seres humanos. Geniais, mas humanos…
Vai em paz, Mestre e muito obrigada por tudo!
Adriana Maraviglia
@drikared