Nosferatu: O Remake Sombrio de um Clássico
|Em cartaz no Brasil desde o início de janeiro, a nova versão para o clássico do terror “Nosferatu” é um dos grandes presentes que esta temporada trouxe.
Mais uma obra do jovem diretor Robert Eggers, que aos 41 anos já conseguiu conquistar seu espaço com filmes como “A Bruxa” (2015) e “O Farol” (2019), onde sua atenção obsessiva aos detalhes enriqueceu e deu personalidade a boas histórias que já chamavam atenção pelo clima sobrenatural.
Talvez por respeito ao tamanho que ocupa no cinema a obra prima de FW Murnau, de 1922, Eggers redobrou seu habitual cuidado ao buscar como base de seu roteiro o trabalho de Henrik Galeen, a mesma adaptação não autorizada do livro “Drácula”, do escritor irlandês Bram Stroker, que trocava nomes de personagens e alguns detalhes na tentativa de escapar ao processo dos herdeiros do autor, mas que não conseguiram livrar o filme clássico de qualquer forma.
Assim, no ano de 1922, em apenas 94 minutos, o filme mudo de Murnau trouxe para a tela a sua própria versão do livro que assusta o público até hoje, com apenas os recursos escassos da tecnologia de mais de 100 anos atrás.
Mesmo com toda a tecnologia disponível nos dias de hoje, esta “versão 2.0” de “Nosferatu” apenas investe no necessário para conjurar o mesmo clima sobrenatural de 1922.
Em 1838, na Alemanha, o jovem e recém-casado agente imobiliário Thomas Hutter (Nicholas Hoult), deixa a esposa Ellen (Lily-Rose Depp) para ir ao encontro do Conde Orlok (Bill Skarsgård), um cliente importante que precisa assinar a escritura de posse de uma nova propriedade.
Não demora muito para Thomas, sua jovem noiva e toda a vila de Wisborg perceberem que terão problemas muito mais sérios com a chegada dessa criatura das trevas.
E trevas é o que não falta neste filme que usa ativamente o recurso das sombras para apresentar seu monstro da mesma forma que Murnau, dando ao público a impressão de que ele pode surgir em qualquer lugar e a qualquer momento para fazer mais vítimas.
Todo o elenco está muito bem, mas o maior destaque vai para o trabalho de Lily-Rose Depp que carrega o público para dentro dos terríveis pesadelos de sua personagem e de seu sofrimento.
Visualmente deslumbrante, o filme consegue arrastar o espectador para a atmosfera terrível do conto gótico sobre obsessão que está contando, com cenas de gelar o sangue dos mais sensíveis.
“Nosferatu” continua em cartaz nos cinemas e acaba de receber 4 indicações ao Oscar 2025: Melhor Fotografia, Figurino, Design de Produção e Maquiagem e Penteados
Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade
Assista ao trailer de “Nosferatu”: