Coringa 2: Arte e Delírio em uma Sequência visualmente deslumbrante

Chegando nesta quinta-feira (03/10) aos cinemas, “Coringa: Delírio a Dois” continua de onde o premiado primeiro filme “Coringa” (2019) parou, mostrando Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) enfrentando as consequências de seus crimes e encontrando o amor de sua vida: Harley Quinn (Lady Gaga).

Mais do que uma mera sequência, o sucesso do primeiro filme que representa a história de origem do personagem, incentivou o diretor Todd Phillips a ser ainda mais criativo e optar por um musical, gênero que costuma dividir opiniões.

E como todo musical que se preze, o roteiro lança mão de recursos imaginativos como a sequência de animação logo na abertura usada para refrescar a memória do público dos acontecimentos do primeiro filme.

Visualmente, o filme é de encher os olhos; ao encenar os delirios de um vilão insano, tranformando-os em elaborados números musicais, a produção joga na tela referências variadas da cultura pop e do gênero, que vão das super produções clássicas da idade de ouro, onde Fred Astaire reinava absoluto às apresentações televisivas da dupla Sonny & Cher, recriado com toda a exuberância multicolorida da década de 70.

Nesse “vale tudo”, que o gênero permite, o roteiro errou ao não aproveitar todo o potencial de Lady Gaga como atriz, dando a ela uma personagem de construção rasa, sem muito o que fazer na história, além de liberar o vozeirão nos clássicos da música que passam pela trilha sonora.

O roteiro do primeiro filme chamava atenção pelos muitos aspectos de crítica social e realidade quando trazia uma Gotham City muito parecida com a Nova York das décadas de 70 e 80. Desta vez, o pouco que restou de senso crítico se limita a denunciar a glamurização de criminosos e espetacularização do crime e da violência pela mídia.

Como todo e qualquer filme do universo dos quadrinhos “Coringa: Delírio a Dois” fica melhor se for encarado como entretenimento.
Aliás, é só assim que você vai conseguir enfrentar bem as mais de duas horas estetica e musicalmente admiráveis de arte pela arte desta sequência.

Adriana Maraviglia

@revistaeletricidade

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