Duna: Parte Dois” é a Conclusão que a Saga Merecia

Duna: Parte Dois – foto: Divulgação

E finalmente chegou aos cinemas nesta quinta-feira (29/02) a aguardada conclusão da adaptação do primeiro livro da saga “Duna”, de Frank Herbert, feita pelo diretor Denis Villeneuve “Duna: Parte Dois”, um filme que não apenas cumpre as expectativas criadas pela primeira parte, mas as supera com louvor. 

Esta segunda parte fecha o ciclo iniciado em 2021, aprofunda a complexidade política, espiritual e ecológica do universo criado por Herbert, enquanto mantém um ritmo cinematográfico que equilibra grandiosidade e intimidade.

A narrativa segue Paul Atreides (Timothée Chalamet), agora integrado aos Fremen, enquanto lida com seu destino messiânico e a crescente pressão para liderar uma guerra contra o império opressor e os Hakonnen.

Chalamet entrega uma performance surpreendente, capturando a transformação de Paul de um jovem vulnerável para uma figura quase mítica, carregada de dúvidas e culpa. Zendaya, como Chani, brilha com uma presença magnética, personificando a resistência Fremen e servindo como contraponto emocional ao destino inevitável de Paul.

Villeneuve demonstra maestria ao expandir o mundo de “Duna”, explorando os desertos de Arrakis com uma fotografia deslumbrante (graças a Greig Fraser) e sequências de ação que são ao mesmo tempo caóticas e coreografadas com precisão, enquanto a trilha sonora de Hans Zimmer, mais uma vez, eleva a experiência, misturando sons orgânicos e eletrônicos para criar uma atmosfera que em alguns momentos parece alienígena. 

Sem deixar nunca o espetáculo visual de lado, o filme mergulha nos temas centrais do livro, como o perigo do fanatismo religioso, a exploração de recursos naturais e a natureza ambígua do poder. Villeneuve não romantiza a jornada de Paul, mostrando as consequências devastadoras de suas escolhas e questionando a noção de herói. Essa abordagem sombria e reflexiva é fiel ao espírito de Herbert e adiciona camadas de complexidade à narrativa.

Se há uma crítica a ser feita, é que o filme, em sua ambição de cobrir tanto material, pode parecer acelerado em certos momentos, especialmente para aqueles não familiarizados com o livro. Ainda assim, é uma obra que recompensa a atenção do espectador, oferecendo uma experiência rica e imersiva.

Com “Duna: Parte Dois”, Villeneuve não apenas conclui sua adaptação do primeiro livro de forma magistral, mas também prepara o terreno para o que vem a seguir. E sim, há mais por vir: um “Duna 3” já está em desenvolvimento, baseado em *O Messias de Duna*, o segundo livro da série. Se Villeneuve mantiver o mesmo nível de excelência, podemos esperar uma continuação que explorará as consequências filosóficas e políticas do ascensão de Paul Atreides, aprofundando ainda mais este universo fascinante.

Até lá, “Duna: Parte Dois” permanece como um marco do cinema moderno, uma obra que honra sua fonte original enquanto se afirma como uma conquista artística por direito próprio.

 

Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade

Assista ao trailer de “Duna: Parte Dois”:

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