“O Assassino” de David Fincher é um thriller psicológico imperdível
E chegou finalmente nesta sexta-feira (10/11) à grade da Netflix o filme “O Assassino”, do prestigiado diretor David Fincher.
Adaptado a partir de uma Graphic Novel francesa, escrita por Alexis “Matz’ Nolent e ilustrada por Luc Jacamon, o filme conta com um trabalho de câmera excepcional do diretor de fotografia Erik Messerschmidt.
O espectador acompanha a história do assassino (Michael Fassbender), muito de perto, na verdade, de dentro da cabeça de um homem sem nome que é um assassino de aluguel, com um enquadramento tão perfeito e detalhado que não nos deixa esquecer sua origem desenhada.
Mais uma vez, David Fincher faz um trabalho meticuloso que inclui um estudo da mente de um homem que cria para si mesmo um conjunto de regras a serem obedecidas para facilitar seu trabalho.
Fincher vira suas lentes para um vilão, com a frieza do profissional que enxerga o que faz como a coisa mais natural possível, matando quem deve matar e usando a disciplina para se proteger das implicações.
Mas na rotina bastante previsivel deste personagem acontece um imprevisto e a sobrevivência dele passa a depender que ele quebre suas próprias regras.
Embora, o filme seja bastante focado no personagem sem nome de Fassbender, a interação dele com os outros personagens também produz bons momentos, com destaque para Sophie Charlotte e Tilda Swinton, que brilham mesmo com pouco tempo de tela.
Discípulo de Kubrick, em seu perfeccionismo, Fincher tem uma atração por retratar assassinos frios, em especial, psicopatas, basta lembrar que ele já tem em seu currículo três filmes excepcionais sobre o assunto: “Seven” (1995) , “O Clube da Luta” (1999) e “Zodíaco” (2007), que também podem funcionar como estudos.
A trilha sonora brilhante de Trent Reznor e Atticus Ross ao mesmo tempo em que ajuda a dar aquele acabamento acima da média à cada cena, resgata para os ouvidos das novas gerações a cultuada música da banda oitentista The Smiths.
Posso estar enganada, mas acho que a temporada de premiações do Cinema acaba de ganhar outro candidato bastante competitivo.
Adriana Maraviglia
