Ithaka: A Luta de Assange – uma família quer justiça

ITHAKA: A LUTA DE ASSANGE – foto: DIVULGAÇÃO

A imensa injustiça sofrida por Julian Assange e o reflexo dela sobre a vida de sua família são os temas do documentário “Ithaka: A Luta de Assange” que está chegando aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (31/08).

John Shipton, pai de Assange, que está neste momento no Brasil,  tem viajado pelo mundo junto com o filme, participando de pré-estreias e encontrando o público, a mídia e lideranças políticas, em busca de engajamento para a causa de Assange.

No filme, ele e Stella Moris, então noiva de Julian e mãe de seus dois filhos são vistos em busca de uma solução para o impasse que o editor e ativista vive desde sua prisão arbitrária em 2019, agravada por um pedido de extradição para os EUA.

Desde que publicou segredos políticos e militares dos EUA, em seu site Wikileaks, muitos denunciando crimes de guerra e a espionagem ilegal de governos de diversos países, inclusive do Brasil, Assange passou a ser perseguido primeiro pela Suécia, que o processou por crime sexual e depois pelo governo americano por invasão de sistema de computadores, até que em 2019, os EUA conseguiram que ele fosse enquadrado na lei de espionagem.

A partir dai, os EUA buscam conseguir que o australiano seja extraditado para os EUA, onde pode ser condenado a prisão perpétua.

A história vivida pela família de Assange fica ainda mais aflitiva quando lembramos os acontecimentos recentes no Brasil, o lawfare, que é o uso do sistema judiciário para perseguir adversários políticos,  hoje se sabe, tinha como grande objetivo tirar Lula da disputa da eleição de 2018 e custou mais de 500 dias de prisão a um homem inocente, além de abrir as portas para que a extrema-direita tomasse o poder, transformando o pais em um inferno.

Uma história que se já era aflitiva e provocava indignação quando mostrada de longe, nos noticiários que, convenhamos,  defendem a posição dos EUA, agora, diante da camera do diretor Ben Lawrence, o público pode vivenciar do ponto de vista da família de Assange. 

O documentário ajuda a amplificar a voz de uma família que está apenas em busca de Justiça, lutando bravamente contra a sanha de vingança do país mais poderoso do mundo contra um homem.  

Um erro grotesco do sistema judiciário que mais uma vez relativiza o próprio conceito de democracia e, no final das contas representa apenas uma forma de repressão sobre quem tiver a ousadia de denunciar os crimes do governo de um país que parece sempre estar tentando impor seu poder sobre o resto do mundo. Custe o que custar. 

Adriana Maraviglia

@revistaeletricidade

Assista ao trailer de “Ithaka: A Luta de Assange”:

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