Titãs Encontro em São Paulo: A Retomada da Formação Clássica
Neste último final de semana, a turnê Titãs Encontro chegou à São Paulo e aqui, 3 noites com ingressos esgotados e um público de 50 mil pessoas, lotando o Allianz Parque.
A nova turnê, que tem como subtítulo “Todos Ao Mesmo Tempo Agora”, traz de volta aos palcos a formação clássica da banda, com 8 músicos, o que inclui Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos e Charles Gavin, que já tinham deixado os Titãs há algum tempo e a única ausência sentida no palco é a de Marcelo Fromer, que faleceu em 2001, e no palco é substituído pelo produtor Liminha, que ajuda a encorpar a guitarra já encorpada de Tony Bellotto.
Mais do que simplesmente oferecer a oportunidade de voltar no tempo com músicas que marcaram a vida dos brasileiros nos últimos 40 anos, os Titãs criaram um espetáculo completo, com cenografia e iluminação com a qualidade que só dão as caras por aqui nas turnês dos grandes artistas internacionais.
E essa dose extra de beleza adiciona ainda mais emoção à primeira imagem da banda no palco, somente a silhueta dos músicos, diante do telão todo branco, logo aos primeiros acordes da introdução de “Diversão”.
E a emoção não para por aí. A setlist é baseada nos grandes hits que sempre estiveram presentes na história dos Titãs e ali, seja na performance da banda, seja nas dancinhas amalucadas de Arnaldo Antunes e Branco Mello, seja no revezamento de vozes sobre o palco, ou na catarse de cantar a lista de nomes de gente muito ruim de “Nomes Aos Bois”, que ganhou o acréscimo pra lá de merecido de um certo ex-presidente Genocida, com todos esses “ingredientes”, a magia acontece e somos teletransportados para algum lugar entre as décadas de 80 e 90.
Necessário falar sobre o esforço louvável de Branco Mello para estar no palco com os velhos amigos, após a cirurgia que o livrou do câncer na garganta e ocupa seu espaço com uma garra emocionante.
Na segunda parte do show, o sucesso dos Acústicos feitos na MTV, e a banda fez dois deles no final da década de 90, com vendagens excepcionais de mais de um milhão de cópias cada um.
É lógico que uma parte do Encontro seja dedicada a essa fase tão significativa na carreira da banda. E neste momento mais calmo, com todo mundo sentado, chega a hora de homenagear Marcelo Fromer.
Alice Fromer, filha do titã, sobe ao palco para cantar “Toda Cor” e “Não Vou Me Adaptar” e também “Ovelha Negra”, pra lembrar Rita Lee, que perdemos recentemente.
Na terceira parte, mais oportunidades para cantar junto, como “Família”, “Flores” e “Policia”, mas nada supera o momento em que “Bichos Escrotos”, na voz de Paulo Miklos, nos trás de volta o prazer de mandarmos todos os horrores, inclusive os dos dias de hoje ir se @%#er! Com todas as forças dos nossos pulmões.
Mas ainda teve “Miséria”, com Sérgio Britto e Paulo Miklos dividindo os vocais, “Marvin”, um dos maiores sucessos de toda carreira da banda e, claro, “Sonifera Ilha”, a primeira música daquele bando de “caras esquisitos”, que apareciam para agitar as coisas nos programas de TV, lá nos longínquos anos 80.
No final, tudo volta ao ponto inicial, mas com um diferencial importante agora, uma plateia de alma lavada está pronta para colocar os Titãs de volta em sua posição merecida de Maior Banda de Rock Brasileira. Pelo menos, a da última semana…
Adriana Maraviglia
