Exile On Main Street – os 51 anos de uma obra prima
|Um dos discos mais importantes do rock, “Exile on Main Street” da banda Rolling Stones faz 51 anos no dia de hoje.
O único disco duplo da banda foi gravado em circunstâncias tão especiais que desde 2016 circulam boatos sobre a produção de uma cinebiografia baseada no livro “Exile On Main Street: A Season in Hell with the Rolling Stones” do jornalista Robert Greenfield.
O livro narra em detalhes como transcorreram as gravações das faixas do disco, durante o tórrido verão de 1971, na mansão Villa Nellcote, com a ajuda do estúdio móvel da banda, no porão de uma casa com vistas cinematográficas para o Mar Mediterrâneo, no povoado de Villefranche-sur-Mer, uma área muito chique da Cote d’Azur francesa, para onde os Rolling Stones tinham fugido de impostos absurdos que taxavam os músicos em 93% de seus ganhos, na Inglaterra.
No ambiente caótico da casa alugada por Keith Richards circulavam músicos, traficantes de drogas e gente ligada ao submundo de Marselha, então uma cidade francesa fervilhante em atividades ligadas à máfia.
Um cenário onde circulava muita gente de que Mick Jagger, então recém casado com a modelo nicaraguense Blanca Pérez-Mora Macías, preferia manter-se a uma certa distância, vivendo em Paris, assim como Charlie Watts, que nunca foi mesmo muito afeito a confusão.
Mas uma vez que todos se encontravam e isso também inclui o baixista Bill Wyman, sem camisa, suados, dependendo da graça de velhos ventiladores no porão úmido e cheio de tralhas, a magia acontecia e uma parte sólida da história da música era construída a partir de simples jam sessions que evoluíam lentamente, espremidas entre passeios de barco, pescarias e incursões pelos vilarejos da região.
Embora infelizmente ainda não tenhamos um filme para vermos isso tudo, temos “o disco” , o 10° trabalho dos Stones, e um dos mais aclamados da história, presente em todas as listas sérias de melhores discos de todos os tempos, o único álbum duplo dos Stones, que com suas 18 faixas, transformou-se em uma aposta na variedade.
Com a liberdade criativa que o exílio inspirava refletida em uma pluralidade de ritmos que vão do Blues ao Rock, do Country ao Gospel do rythm blues ao soul e tudo registrado com a crueza e a urgência de uma banda que estava no apogeu de sua arte.
Exile é o quarto disco com a participação de Mick Taylor, o guitarrista que tinha sido contratado para substituir Brian Jones, em 1969, e levava a sonoridade dos Stones a um novo patamar de excelência desde então.
Com faixas que ficariam para sempre no repertório como “Tumbling Dice”, “Happy” e “Sweet Virgínia”; “Exile On Main Street” é um marco significativo na história da Maior Banda de Rock de Todos os Tempos e precisa ter sua grandeza reconhecida pelas novas gerações.
Ouça “Exile On Main Street”, na versão De Luxe, remasterizada e com as faixas extras, como foi relançado em 2010, no Spotify: