A saúde mental em discussão em “Garota Inflamável”
|Chegando aos cinemas nesta quinta-feira “Garota Inflamável” é o primeiro longa de ficção da da premiada diretora de curta metragens Elisa Mishto.
O filme, uma produção italo-alemã de 2019, estreia nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Porto Alegre, Manaus e Aracaju, com distribuição da Pandora Filmes.
Nesta primeira ficção, Mitshto retoma o tema de seu primeiro filme, o documentário “States of Mind”, de 2007, que foi rodado durante um ano em um hospital psiquiátrico, entre médicos, enfermeiros e pacientes, a diretora pode conhecer pela primeira vez a condição de pessoas que não conseguiam fazer nada.
À primeira vista, Julie (Natalia Belitski) parece apenas uma jovem mimada e excêntrica que prefere manter as outras pessoas longe e não trabalha, não estuda, não tem amigos, nem interesses amorosos.
Mas de tempos em tempos, Julie se excede na excentricidade e vai parar em uma clínica psiquiátrica onde passa a ser responsabilidade da enfermeira Agnes (Luisa-Céline Gaffron), casada, mãe de uma filha, ela é o oposto de Julie, vivendo uma vida cheia de deveres e compromissos.
O encontro entre as duas muda tudo e juntas elas começam uma rebelião que irá levá-las ao limite.
Com o universo da loucura mais uma vez como tema, Mitshto mostra Julie e sua escolha de manter-se longe das outras pessoas, vivendo de sua própria maneira e usando seus muitos desequilíbrios como desculpa para manter-se longe de qualquer responsabilidade.
Sem envolvimento afetivo com as pessoas ao redor, ela não se importa nem um pouquinho em espalhar o caos por onde passa.
“Garota Inflamável” é um filme perturbador e ousado que se propõe a discutir maternidade, saúde mental e os muitos preconceitos de uma sociedade que diz que todos são livres para escolher como querem viver, mas que se mostra incapaz de aceitar quando essas escolhas não seguem todos os padrões.
Adriana Maraviglia
Assista ao trailer de “Garota Inflamável”: