Documentário Presidente Improvável procura estabelecer o legado de FHC

Chega aos cinemas,  nesta quinta-feira (31/03),  o documentário “Presidente Improvavel” que através de  cenas de arquivo e conversas com variados interlocutores tenta traçar a trajetória e estabelecer o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ou FHC como ficou mais conhecido. 

A estreia acontece em sete capitais brasileiras:  Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Salvador, Curitiba, Manaus e Belo Horizonte.

Dirigido por Belisario Franca, o filme conta a história de um homem que foi eleito para  ocupar a presidência  do Brasil por dois mandatos, um intelectual respeitado que teve sua fase de militante, acaboi exilado no Chile, e voltou ao país, tornando-se um político e, segundo ele, contra sua vontade.

As imagens de arquivo restauradas além de ilustrar as histórias, ajudam a complementar o ponto alto do documentário, os diálogos de FHC  com uma longa lista de interlocutores  que incluem Gilberto Gil, Manuel Castells,  Celso Lafer, Gilda Gouveia, José Gregori, Pedro Malan, Raul Jungmann, Boris Fausto, Nelson Jobim e até Bill Clinton, mais do que resgatar memórias  ajudam a contar um longo período da história do Brasil.

Muito bem editado, o único senão de “Presidente Improvavel” é o de manter-se longe de assuntos mais polêmicos.

Mesmo ao tratar da vida de um político que já está com 91 anos e praticamente aposentado da vida pública, o documentário de Belisario jamais coloca em pauta os problemas mais espinhosos   da chamada era FHC, como a suspeita sobre  privatizações que tiraram das mãos do povo brasileiro empresas valiosas e lucrativas como a Vale do Rio Doce, e a conhecida questão da compra de votos na Câmara para a aprovação da lei que permitiria o segundo mandato, até hoje citada por políticos de oposição como um dos escândalos de um governo que criou a fama de ter o costume de evitar investigações, engavetando diversas  denúncias de desvios.