A Ilha de Bergman – sob a sombra de um gênio do Cinema
|Chega nesta quinta-feira aos cinemas brasileiros “A Ilha de Bergman”, novo filme da diretora Mia Hansen-Løve, que estreou no Festival de Cannes.
O drama acompanha Tony (Tim Roth) e Chris (Vicky Krieps), um casal de cineastas americanos que chega a ilha de Fårö, na Suécia, atrás de um pouco de inspiração para seus próximos trabalhos sob a benção de Ingmar Bergman, um dos mais importantes diretores de cinema que viveu, filmou algumas de suas obras primas como “Persona” e “Cenas de Um Casamento” e permaneceu na ilha até sua morte, em 2007.
É preciso dizer que a ilha tem um intenso turismo voltado ao diretor e as cenas de “A Ilha de Bergman” mostram até mesmo a pequena sala de cinema particular do cineasta onde até hoje a sua poltrona favorita continua mantida vazia durante as exibições de filmes.
O casal se hospeda na casa que foi do diretor e aos poucos o público passa a conhecer sua intimidade e processo criativo.
Enquanto Tony parece tranquilo aproveitando cada segundo da oportunidade de desfrutar aquela experiência, Chris passa a questionar seu próprio talento diante de um bloqueio criativo que transforma os belos cenários da ilha em obstáculos.
Tony não ajuda muito, mas ela acaba encontrando uma história que parece ter muito de autobiográfica sobre uma jovem cineasta (Mia Wasikowiska) que chega a Fårö para assistir a um casamento.
Além de ser imperdível para os fãs do genial diretor sueco, “A Ilha de Bergman” é uma obra que fica mais interessante a medida que vai abrindo para o público alguns dos conflitos e segredos que fazem parte do dia-a-dia dos artistas que criam suas histórias para depois contá-las nas salas de cinema.
Acompanhar o processo dos dois diretores mostra que a sombra de um gigante do cinema como Bergman pode estimular ou fazer perder completamente a confiança no próprio talento, o que dificulta (e muito!) qualquer processo criativo.
Adriana Maraviglia
Assista ao trailer de “A Ilha de Bergman”: