Abe: Olhar de criança para um conflito sem fim

Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (05) o filme “Abe”, do diretor brasileiro baseado em Los Angeles Fernando Gronstein Andrade pode surpreender o público ao mostrar pelos olhos de uma criança um conflito sem fim. 

Abe (Noah Schnapp) é um garoto de 12 anos que vive no Brooklyn, em Nova York, e tem mãe judia (Dagmara Dominczyk) e pai ateu, mas de origem muçulmana (Arian Moayed) e vive incomodado pelas constantes discussões em todas as reuniões de família, com seus avós de cada um dos lados tentando “convertê-lo” e obrigá-lo a fazer uma escolha entre o judaísmo e o islamismo.

Mas o que o garoto gosta mesmo é de culinária, postando em seu blog suas descobertas e experiências na cozinha, ele fica intrigado quando descobre o trabalho de Chico (Seu Jorge), um chef brasileiro que serve em sua barraca em uma feira de street food da cidade uma comida que mistura influências de diversos países.

Abe então decide aprender com Chico como misturar no mesmo prato duas culturas diferentes pensando em juntar seu amor pela cozinha com sua necessidade de ter um pouquinho de paz dentro de casa.

Um filme simpático e envolvente que conta com a graça e o carisma do pequeno Noah, que deve ser reconhecido pelo público por sua participação na série “Stranger Things”, onde interpreta Will Byers.

A boa trilha sonora de Guilherme Amabis deve trazer um sorriso extra ao rosto do público brasileiro com a suavidade da Bossa Nova.

Visualmente encantador, o filme conta com Blasco Giurato, do clássico “Cinema Paradiso” (1988),  na direção de fotografia e além de mostrar aquele lado de Nova York que é o de “caldeirão cultural”, onde ninguém liga para a sua origem e todos encontram seu lugar, traz imagens irresistíveis de comida com poder de deixar o estômago roncando de fome. É aconselhável comer muito bem antes de entrar na sala. Depois não diga que eu não avisei.

Adriana Maraviglia
@drikared

Assista ao trailer de “Abe”:

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