O Charlatão conta história real e surpreendente de curandeiro

Em cartaz nos cinemas brasileiros desde a última quinta (08/07), o filme “O Charlatão” conta a história real e surpreendente de Jan Mikolášek (Ivan Trojan), um curandeiro que usava métodos pouco convencionais para diagnosticar doenças e curar milhares de pessoas na antiga Tchecoslovaquia.

Um personagem bastante conhecido localmente cuja história ainda não tinha saído para muito além das fronteiras, em uma região que sofreu duramente por todo o século XX.

Nascido de uma família de agricultores, Jan Mikolášek vive os horrores da Primeira Guerra como soldado e, ao voltar para casa, percebe que tem um dom especial para curar e se une a uma curandeira para aprender o ofício que exercerá pelo resto da vida.

O ponto mais interessante do trabalho do roteirista Marek Epstein é o de conseguir apresentar ao público as muitas facetas de um personagem que, a partir do que parece ser um dom natural para diagnosticar e tratar doenças, curou milhares de pessoas que diariamente o procuravam, de todas as classes sociais e até mesmo o presidente do país, Antonin Zápotocký, com remédios preparados por ele mesmo, a base de ervas.

Ao mesmo tempo, o filme não deixa de tocar em pontos bastante controversos da vida de Mikolášek, como seu trabalho para os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, e mais tarde, depois da morte de Zápotocký, os muitos problemas que teve com o governo comunista da Tchecoslováquia que mandou o curandeiro para a prisão sob diversas acusações, que incluem assassinato.

Ivan Trojan consegue imprimir no personagem cada um dos tons sugeridos pelo roteiro e o trabalho da diretora polonesa Agnieszka Holland vai carregando o espectador sem emitir julgamentos.

“O Charlatão” foi destaque da programação da 44ª Mostra de Cinema de São Paulo e também foi escolhido pela República Tcheca para a lista de pré-indicados ao Oscar 2021 de Melhor Filme Estrangeiro, mas não chegou a entrar na lista de indicados.

Adriana Maraviglia
@drikared

Assista ao trailer de “O Charlatão”: