Em “Sex/Life”, história de empoderamento feminino fica pelo caminho
|Chegou na última semana à Netflix a primeira temporada de Sex/Life, uma série com oito episódios que talvez até tente contar uma história de empoderamento feminino, mas que se perde bastante pelo caminho.
O roteiro acompanha a vida de Billie Connelly (Sarah Shahi), uma dona de casa que deixou uma carreira acadêmica na psicologia para cuidar de dois filhos pequenos e, que, embora pareça feliz com a vida familiar que está levando ao lado de Cooper (Mike Vogel), passa a descrever em seu diário as memórias do relacionamento anterior com um ex pra lá de tóxico, Brad Simon (Adam Demos).
Tudo ficaria na fantasia e na nostalgia de uma época em que ela achava que curtia a vida, enquanto sofria nas mãos do boy lixo, se o tal diário não caísse acidentalmente nas mãos do marido que fica obcecado com tudo o que Billie descreve nessas memórias.
Baseada livremente no livro “4 Homens em 44 Capítulos” de BB Easton, a série é assinada por Stacy Rukeyser, mas na verdade é o resultado do trabalho de um time de roteiristas que transformaram as memórias de Easton em uma espécie de “novelão” soft-porn com um visual atraente e muitas, quase todas na verdade, cenas de sexo que alguém poderia imaginar.
E, como tudo o que é pensado por muitas cabeças, a série não se decide, Billie vai e volta nas memórias e uma hora se lamenta por ter trocado sua “vida louca” pelo marido e filhos e a casa perfeita, rodeada pelo gramado perfeito, no subúrbio, na outra, luta com unhas e dentes para voltar a ser a esposa que espera feliz pelo marido com um bolo surpresa para comemorar suas conquistas no trabalho.
A intenção da série talvez até fosse mostrar uma jornada de autodescoberta e empoderamento de uma mulher que está lutando para se reencontrar depois de deixar de lado os próprios desejos, dedicando alguns anos de sua vida a formação de uma família, mas isso não dava para ser estendido e esticado a exaustão em 8 longos episódios cobertos de um verniz apimentado, né?
Adriana Maraviglia
@drikared
Assista ao trailer de “Sex/Life”: