Chegou à Netflix um dos filmes mais aguardados pelos fãs de suspense. “A Mulher na Janela” tem Amy Adams na frente do elenco e é uma adaptação para o cinema do best-seller homônimo de A.J. Finn.
No filme, Amy é a psicóloga infantil Anna Fox, vivendo sozinha com seu gato em um casarão enorme e lúgubre, em Nova York.
Sofrendo de agorafobia, que é o medo de lugares abertos, Anna nunca sai de casa e se distrai assistindo a filmes antigos, bebendo pesadamente e observando o cotidiano dos vizinhos pela janela.
Até que testemunha um assassinato, na casa de seus novos vizinhos, a família Russell.
Com a boa história do livro de Finn para ser contada, o bom diretor Joe Wright escalou um elenco de primeira que além de Amy Adams tem Julianne Moore, Gary Oldman e Jennifer Jason Lee. Perfeito no papel, certo? Como pode dar errado?
Mas deu! E o maior problema está no roteiro adaptado por Tracy Letts que pesou a mão na hora de simplificar a ação para que coubesse nos 100 minutos de cinema e cortou demais, descaracterizando um aspecto muito importante do livro: a dúvida constante do leitor sobre os acontecimentos narrados por Anna Fox.
Os primeiros minutos até empolgam, quando Joe Wright não faz questão nenhuma de esconder que está reciclando material do mestre Alfred Hitchcock, em particular o genial “Janela Indiscreta” (1954). O diretor até dá um jeito de colocar James Stewart, astro de “Janela Indiscreta”, em close e cenas de “Spellbound” (1945) na TV de Anna Fox, quase como Easter Eggs, referências para os “iniciados em Hitchcock” captarem. Mas, a medida que a história avança, tudo começa a ficar meio nublado e segue assim até o desfecho.
O que se sabe é que o filme teve problemas nas exibições teste, feitas para controle de qualidade, que acabaram levando a refilmagem de uma parte das cenas, por terem deixado o público confuso.
Uma pena. Com o restante do elenco com pouco tempo de tela, Amy Adams brilha mais uma vez e sua interpretação é tão boa que os problemas psicológicos de sua personagem podem servir de gatilho para pessoas mais sensíveis.
O maior problema de “Mulher na Janela” é uma questão de expectativa x realidade. Se você leu o livro, ou mesmo viu o trailer, provavelmente o filme que ficou na sua imaginação é bem melhor do que este que Joe Wright fez.
Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade
Assista ao trailer de “A Mulher na Janela”:
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