Cinema

Uma viagem pela Era de Ouro do Cinema em “Mank”

A temporada de premiações nos últimos anos tem significado uma abundância de estreias interessantes chegando ao streaming, especialmente neste momento que atravessamos, mesmo imaginando que alguns filmes seriam ainda mais impressionantes na tela de cinema, poder assistir a uma produção com a qualidade de “Mank”, em casa, na Netflix,  não tem preço. 

O novo filme tem como tema a indústria do cinema e brilhantemente presta homenagem a uma Era de Ouro da sétima arte ao contar a história do roteirista Herman J. Mankiewicz.

Gostando ou não de “Cidadão Kane”, todos precisam admitir que ninguém pode se considerar realmente um cinéfilo se não viu pelo menos uma vez este marco da história do cinema. 

“Mank”, por sua vez, consegue fascinar ao detalhar o processo de elaboração do roteiro de “Cidadão Kane” da mesma forma  não linear, que o  clássico de Orson Welles. 

Além de contar a história a que se propõe, o filme recria o ambiente dos grandes estúdios durante a Grande Depressão da década de 30, ao mostrar Herman J. Mankiewicz (Gary Oldman) circulando entre os grandes figurões de Hollywood como Louis B Mayer (Arliss Howard), Irving Thalberg (Ferdinand Kingsley) e o magnata da mídia William Randolph Hearst (Charles Dance).

Este último, seria a fonte de inspiração para a criação de Charles Foster Kane, papel de Orson Welles (Tom Burke) em “Cidadão Kane”. 

O roteiro original de “Mank” foi criado na década de 90 por Jack Fincher, pai do diretor David Fincher, mas não chegou a ser realizado, e segundo alguns críticos e jornalistas que cobrem Hollywood,  focava bastante no relacionamento tempestuoso de Mank com Welles.

Na versão de David Fincher o tempo de tela desta disputa foi bastante reduzido o que possibilitou mais espaço para mostrar  o envolvimento político dos grandes estúdios na eleição para governador da Califórnia, em 1934 e a forma como eles ajudaram a criar as fake news que derrotaram o candidato de esquerda. 

Também merece destaque o trabalho excepcional de Amanda Seyfried ao retratar Marion Davies, então uma atriz em ascensão que era amante de William Hearst.

Como se não bastasse ser genial no conteúdo, o formato também é surpreendente, com o som e a trilha sonora emulando com maestria o cinema da época retratada e a belíssima fotografia em preto e branco de Erik Messerschmidt que nos carrega através do tempo para aquela Hollywood com ecos inacreditáveis nos dias de hoje. 

Pode colocar “Mank” na sua lista de candidatos fortes a todas as premiações deste ano, não dá para esperar menos do que isso. 

Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade


Assista ao trailer de “Mank”:

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