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Toca Raul presta homenagem a Raul Seixas no Ibirapuera

Um público de 10 mil pessoas se reuniu na área externa do Auditório Ibirapuera para celebrar a música de Raul Seixas no domingo ensolarado da cidade de São Paulo, no evento “Colgate Clássicos – Toca Raul”. 

A Orquestra Sinfônica Arte Viva sob o comando do maestro Amilson Godoy trouxe um repertório de velhas favoritas do Maluco Beleza e também homenageou Tom Jobim, que se estivesse vivo teria completado 93 anos no dia 25 de Janeiro e interpretou algumas canções eruditas de Beethoven, Ravel e “Batuque”, do compositor brasileiro Oscar Lorenzo Fernandez.

Mas a tarde era de Raul Seixas e não demorou muito para que os tradicionais pedidos de “Toca Raul!”, vindos da plateia, começassem a ser atendidos.


Com a cantora Luíza Possi à frente da Orquestra, logo era hora de ouvir “Aluga-se”, um dos grandes hits da carreira do músico, recebido pelo público com muita festa. Um boneco de Raul Seixas em tamanho natural circulava entre as pessoas que cantavam junto cada uma das canções.

A sempre encantadora “Gita” veio a seguir em uma versão arrepiante que emocionou o público. A letra escrita por Paulo Coelho é baseada no Bhagavad Gita, texto sagrado do Hinduísmo.

No final de “Sociedade Alternativa”, outra tradição que reflete os nossos tempos, a voz do público se ergueu como tem acontecido em diversos eventos para mandar o presidente eleito “tomar no c*”.

O ex-Barão Vermelho, Roberto Frejat, se juntou à festa mais tarde e os dois cantaram juntos “Metamorfose Ambulante”.

Com a guitarra de Frejat no palco, a sonoridade do show trouxe de volta o lado mais roqueiro do Raul.

Entre uma música e outra o músico falou sobre a influência de Raul Seixas em sua carreira musical e em como o conheceu muito rapidamente no estúdio, na época em que o compositor gravou o disco “Panela do Diabo” (1989) em parceria com Marcelo Nova. Frejat também defendeu a arte dos ataques sofridos nos últimos tempos dizendo “…a arte mexe com a vida da gente… e quando as pessoas falam mal da arte elas não conseguem entender que a arte é exatamente quem nós somos. Vocês são o ponto de partida, juntamente com os artistas. Não tem como as pessoas ficarem contra a arte porque elas ficarão contra elas mesmas…”

No final, um bis de “Sociedade Alternativa”, com Luíza Possi mais uma vez trazendo ao palco a música que deixou a ditadura contrariada a ponto de provocar a prisão, tortura e posteriormente exilar Raul Seixas e Paulo Coelho.
Vê-la ser cantada novamente, na tarde de um dia de sol em São Paulo nos faz lembrar da importância da liberdade de expressão, um valor que não podemos nunca mais deixar ser ameaçado pelo autoritarismo de políticos obscurantistas. #ficaadica

Valéria Maraviglia
@revistaeletricidade

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