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A loucura do “Coringa” chega hoje aos cinemas brasileiros

E hoje, finalmente, estreia o aguardado “Coringa”, um filme que, embora seja a história de origem de um personagem dos quadrinhos, chega com uma crueza e uma dose tão forte de realidade que quase é uma negação das produções mais recentes tanto da Marvel quanto da DC.

Aqui, o icônico vilão de Batman é Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um homem que sonha com uma chance de tornar-se comediante, enquanto leva uma vida que só pode ser descrita como terrível. Cuida da mãe doente (Frances Conroy), enquanto trabalha como palhaço, fazendo publicidade para lojas ou visitando crianças em hospitais.

Como se não bastasse a falta de horizontes, Arthur tem sérios problemas psiquiátricos tratados com descaso, em uma Gotham City que está beirando o caos social, no início da década de 80.

O diretor Todd Phillips optou por dar uma cara de realidade à cidade e assim, o que aparece na tela torna-se ainda mais assustador pois os cenários por onde Arthur se move se parecem muito com a Nova York de “Taxi Driver” (1976), de Martin Scorsese: suja, coberta de pichações e muito perigosa.

E fica mais perigosa a cada minuto que passa, conforme a loucura de Arthur vai se agravando e o caos causado pela miséria e desigualdade social cresce.

É obrigatório falar sobre a atuação de Joaquin Phoenix. No universo dos quadrinhos não é incomum o desenvolvimento raso dos personagens em favor do espetáculo visual, mas em “Coringa” se inverte essa lógica.
O ator não mede esforços, até perdeu muito peso para viver um Arthur que vai aos poucos abrindo mão da vida sofrida para mergulhar em sua loucura e o resultado impressiona e deixa para trás até mesmo o incrível trabalho que deu um Óscar póstumo a Heath Ledger em “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (2008).

As cenas que acontecem em um estúdio de TV, no talk show comandado por Murray Franklin (Robert De Niro), são de deixar qualquer um arrepiado.

A trilha sonora também merece destaque, nunca mais conseguirei ouvir da mesma forma canções como “Send In the Clowns” e “Smile”. 

O filme não faz parte do Universo Estendido DC, o que significa que há poucas chances de Phoenix retornar algum dia ao papel, aos fãs do Batman, resta sonhar com um enfrentamento do herói cara a cara com esse vilão terrível que vimos nascer.

Adriana Maraviglia
@drikared

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