“Vice” tenta rir da falta de escrúpulos na política

A cinebiografia do vice presidente Dick Cheney (Christian Bale) traz a face dura e sem escrúpulos da política mostrada com muito cinismo e uma narração que a transforma em uma imitação de documentário, daquelas que são feitas em sketches de programas humorísticos. 

Dirigido por Adam McKay, que já tem em seu currículo o excelente “A Grande Aposta” (2015), o filme mostra a trajetória de Cheney rumo ao poder, impulsionado inicialmente pela esposa Lynne (Amy Addams).

Sem qualquer ideologia política, Dick começa sua carreira como estagiário, trabalhando para Donald Rumsfeld (Steve Carrell) e segue sempre em frente até chegar ao cargo meramente protocolar de vice presidente, durante o governo de George  W Bush, que só aceita assumir depois de ter garantias de que terá muito poder em suas mãos.

O maior trunfo de “Vice” é o seu elenco, especialmente Christian Bale que engordou muitos quilos e está sob uma máscara que o transformou em Cheney e faz um trabalho de ator fantástico, que deveria render a ele muitos prêmios, não fosse este o ano do Freddie Mercury de Rami Malek.

E embora o filme tenha optado por rir, ao invés de apontar o dedo é bem difícil rir de decisões que provocaram e ainda provocam milhares de mortes de seres humanos no Oriente Médio e em atentados terroristas pelo mundo afora. Dick Cheney deveria estar neste exato momento pagando por seus muitos crimes contra a humanidade, como todo político que usa seu poder sem importar-se com as vidas humanas que sacrifica.

Com 8 indicações ao Oscar, ‘Vice” tem sido criticado pesadamente principalmente pelos conservadores da sociedade americana.

Adriana Maraviglia
@drikared

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