Cinema

O aguardado Vidro encerra admiravelmente trilogia de Shyamalan

Uma característica muito marcante na obra do cineasta M. Night Shyamalan é a sua irregularidade, ele é capaz de fazer filmes sublimes, como o irrepreensível “O Sexto Sentido” (1999), mas também coisas imperdoáveis como “Fim dos Tempos” (2008).

Por isso, a sensação de ir ao  cinema ver o  aguardado último capítulo de uma trilogia, cujos dois primeiros filmes “Corpo Fechado” (2000) e  “Fragmentado” (2016) tem posição garantida na lista dos  melhores filmes do  diretor, eleva ainda mais a expectativa pelo novo trabalho.

Para não revelar muito  sobre  a trama da trilogia, sempre tem alguém que ainda não viu, mas que gostaria de ver sem ter sua experiência destruída por spoilers, basta dizer que  os dois filmes criam  heróis e  vilões que só descobrimos estarem relacionados na última cena de “Fragmentado”,  no  mesmo momento em  que também somos informados de que a história continua.

Esta continuação chama-se “Vidro” que acaba de chegar aos cinemas e já tem dividido opiniões, como era  de se esperar quando se  está lidando com o estilo  muito peculiar de Shayalaman, que com suas histórias, sempre cheias de revelações e reviravoltas inesperadas, mantem o público na beirada da poltrona do  cinema.

David Dunn (Bruce Willis), de “Corpo Fechado”,  e seu  filho Joseph (Spencer  Treat Clark), tem uma empresa de segurança doméstica e a usam como fachada para combater o crime na cidade,  utilizando  de forma secreta os poderes  extraordinários de super-herói que David possui.

A  maior  ameaça da cidade, no momento, é  Kevin (James McAvoy), de “Fragmentado”, um homem que chama a si mesmo de Horda porque carrega 24 personalidades, entre elas, “A Fera”,  um ser meio humano, meio animal, com os poderes extraordinários de um super-vilão.

Os dois se encontram com Elijah Price (Samuel L Jackson),  de “Corpo Fechado”, um homem com uma inteligência extraordinária, mas com um corpo muito frágil, com ossos que se quebram facilmente.

Capturados pela polícia, os três são internados em uma instituição para pessoas com problemas mentais e tratados pela doutora Ellie Staple (Sarah Paulson), especializada em  pessoas que imaginam ter super poderes.

É óbvio que o caos acaba  se instalando e  entre outras  muitas razões para ir ver além das surpresas do desfecho, da ponta feita por Shyamalan, que deixou toda a sala de cinema vibrando,  ainda  existe a interpretação genial de James McAvoy, deslizando com muita  habilidade entre uma personalidade e outra.

Uma pena que o roteiro não deu muito espaço nem  para Bruce Willis, nem para Samuel  L Jackson , dois atores igualmente brilhantes, mas  que desta vez ficaram em  segundo plano.

“Vidro” é uma obra corajosa, fora dos padrões da Hollywood de apostas certas em fórmulas já testadas e pré-aprovadas e defendendo o poder dos muitos dons humanos como a criatividade  sobre a ação de poderosos que preferem ter sob seus pés massas medíocres e facilmente manobráveis. 

Adriana Maraviglia
@drikared

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