Soundtrack – A busca de um artista por sua arte

O cinema nacional ganha mais um filme, com totais condições de ter uma bela carreira internacional pela frente. Trata-se de “Soundtrack”,  que chega aos cinemas brasileiros amanhã, dia 06/07, contando a história de Cris (Selton Mello), um artista multimídia que embarca para uma temporada em uma estação de pesquisa na Antártida, para a realização de seu projeto artístico mais ambicioso: uma exposição de selfies que registraria suas expressões faciais enquanto ouve uma lista de músicas preparada por ele.

Por sua ambientação, o filme é falado em inglês, o que aumentará muito as chances dele no mercado internacional.

Com roteiro e direção de uma dupla de cineastas que se assinam como 300ml, o filme é uma surpresa boa para quem já se cansou da enxurrada de comédias bobas que tem empesteado o cinema brasileiro nos últimos tempos.

E a forma como a dupla filma, especialmente as cenas de suspense é magistral, lembrando o maior diretor do gênero de todos os tempos Alfred Hitchcock, de quem, por sinal, ouvimos a voz em um comentário durante o filme.

Feito com muito cuidado visual e técnico, “Soundtrack” convence os espectadores que estamos vendo uma história que se passa em um cenário inóspito, cercado de neve por todos os lados e não temos a mínima pista de que, na realidade, ele foi rodado em um estúdio, no Rio de Janeiro, com neve artificial e o aparelho de ar condicionado mantendo a agradável temperatura de 8 graus, apenas para ajudar os atores a entrar no clima.

A arte de Cris não consegue impressionar  nem um pouquinho e os demais moradores da base que  o recebem de uma forma bastante rude, demonstrando toda a má vontade que só um enorme preconceito justifica, principalmente Mark (Ralph Ineson) e Huang (Thomas Chaanhing) tratam o artista muito mal

Os outros dois habitantes da estação de pesquisa são um pouco mais condescendentes, tanto o dinamarquês Rafnar (Lukas Loughran), como o brasileiro Cao (Seu Jorge), lidam um pouco melhor com a novidade de sua presença por lá, mesmo não sendo exatamente receptivos.

Naquele ambiente de extremos, onde a solidão e o risco de vida são constantes,  os conflitos se tornam ainda mais intensos,  levando a muitos questionamentos  humanos e de apelo universal; o que é arte? O que é mais importante, a arte ou a ciência? O trabalho de um homem, quando não marca sua presença na Terra, justifica sua vida e dedicação?

O trabalho dos atores também impressiona, especialmente Selton Mello e Ralph Ineson estão muito bem no filme, que no final das contas é sobre o entendimento entre humanos, aceitação de diferenças e propósitos.

Recomendadíssimo… especialmente para quem gosta de psicologia, faz arte ou é cientista. Para estes eu diria que o filme é obrigatório.

                                                                             Adriana Maraviglia
@drikared


Confira o trailer de Soundtrack:

Compartilhe:

CookiesNós armazenamos dados temporariamente para melhorar a sua experiência de navegação e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. We are committed to protecting your privacy and ensuring your data is handled in compliance with the General Data Protection Regulation (GDPR).