Automaton traz o Jamiroquai de volta à cena

Em seus 25 anos de carreira, o Jamiroquai já experimentou de tudo, passou por cada situação existente entre ser conhecido como o mais cool entre os novíssimos grupos alternativos até transformar-se no mais popular entre os cools que curtiam um som alternativo, passando mais tarde a ser um respeitabilíssimo grupo pop que a mídia adorava achar cool.

Agora, 7 anos depois do lançamento de “Rock Dust Light Star”, um disco que junto com “Dynamite”, seu antecessor não conseguiu decolar no gosto do público, tenta novamente a sorte e volta à cena com “Automaton”.

O novo trabalho volta a aquecer o “caldeirão” rítmico da banda liderada por Jay Kay e Matt Johnson,  que mistura acid-jazz, funk, disco, house e mais uma porção de outras coisas que contribuíram para que o Jamiroquai atingisse sua popularidade.

“Shake It On” abre o disco com a ideia de encher as pistas logo de cara, quase consegue, com o auxílio de um baixo sendo executado em “módulo rolo-compressor”, enquanto todo o resto acontece e põe todo o resto nisso, sintetizadores, cordas, bateria eletrônica e acústica, Jay Kay e backing vocals, além de mais uma meia dúzia de detalhes que deixam tudo um pouco perdido demais.

A seguir é a vez de “Automaton”, a faixa-título acerta melhor a mão e soa ao mesmo tempo moderna e retrô, rap e voz robótica se juntam para obter um resultado bastante razoável.

Mas “Cloud 9” é bem melhor. E finalmente na terceira faixa do disco dá para sair dançando “de boas” com um funk em moldes mais tradicionais.

Um pouco mais longe do revival, mas ainda com qualidades dançantes, chegam “Superfresh”, e “Hot Property”, na mesma vibe, música para dançar, com uma pegada um pouco mais moderna, mas ainda assim sem grandes novidades.

É na segunda metade do disco, mais leve e solta, que o Jamiroquai que a gente esperava, decola de verdade, começando com a funkeada “Something About You”, uma das melhores faixas do disco e continua com “Dr Buzz” e “We Can do It”,  faixas para sair dançando como se não houvesse amanhã.

De um modo geral, dá para dizer que o novo disco do Jamiroquai merece ser ouvido e desta vez, o que ele propõe é uma viagem a um passado mais ou menos distante, onde se dançava, sonhando com o futuro, em que tudo aconteceria depois do ano 2000. Não acertamos muito em nossos sonhos para esse futuro, mas lembrar desse passado e desses sonhos, de vez em quando, não faz mal a ninguém.

Adriana Maraviglia
@drikared

 

Ouça Automaton, o novo disco do Jamiroquai, no Spotify:

Assista ao vídeo de “Cloud 9”: 

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