Norah Jones de volta às raízes em “Day Breaks”


Depois de explorar outros gêneros musicais, nos últimos anos, a cantora Norah Jones retorna as suas raízes em “Day Breaks”, seu sexto disco de estúdio.

E, para uma boa parte de seus fãs, esta é uma razão para comemorar, afinal a artista nunca foi tão genial como no ainda fabuloso “Come Away With Me”, de 2002 e vê-la novamente,  ao piano, rodeada por uma banda de grandes músicos de jazz, é animador; já que seu disco de estreia, não só vendeu 26 milhões de cópias pelo mundo afora, como rendeu 8 Grammys.

Voltando a “Day Breaks”, mais uma vez Norah cercou-se de grandes lendas do jazz como o saxofonista Wayne Shorter, o organista Lonnie Smith, o baixista John Patitucci e o baterista/percussionista Brian Blade e sentou-se ao piano para dar ao mundo uma nova safra de canções. Das 12 músicas do novo disco, 9 são composições suas inéditas e 3 são regravações: “Peace”, de Horace Silver, “Fleurette Africaine (African Flower)”, de Duke Ellington e “Don’t Be Denied”, de Neil Young.

O primeiro single do disco, lançado com direito a videoclipe, foi a faixa “Carry On”, que caiu na rede no início de agosto. Nela, o piano de Norah Jones dialoga lindamente com o órgão de Lonnie Smith e o resultado é uma balada cheia de doçura, expressada no vídeo de forma poética, nas imagens de um casal idoso dançando na cozinha de sua própria casa.

O piano na cozinha não foi por acaso, segundo a cantora, as novas faixas foram compostas  em um piano dentro de sua cozinha, depois de colocar os dois filhos para dormir.

Norah Jones parece estar mesmo em casa musicalmente, sua melhor expressão, esse pop mais sofisticado, com forte sotaque jazzístico cai muito bem para sua voz e ela faz tudo isso sem precisar buscar o abrigo fácil nos standards.

O disco abre com “Burn”, lenta, sexy e classuda. Depois é a vez dos tons mais pops de “Tragedy”, uma melodia em que piano e órgão dialogam, mas de uma forma mais relaxada e menos intensa do que em “Carry On”.

“Flipside” vem bem mais rápida e em um crescendo bastante interessante e não fosse o acabamento assustadoramente sofisticado que seus músicos convidados emprestam à faixa, ela não ficaria tão deslocada em um dos seu discos anteriores.

O jazz propriamente dito é retomado em sua melhor forma em “It’s a Wonderful Time For Love”. Na mesma pegada vem “Then There Was You” e as duas servem de contraponto a versão que a cantora faz para “Don’t be Denied”, de Neil Young, mantendo a poesia do clássico do repertório folk/rock do músico, mas acrescentando a ela uma generosa “mão de verniz”.

Na faixa título, “Day Breaks”, a sonoridade é mais pop e o jazz é substituído por uma base que tem pitadas de uma porção de coisas, como arranjo de cordas, efeitos eletrônicos e até um trompete bem interessante, pontuando aqui e ali.

Uma versão arrepiante de “Fleurette Africaine (African Flower)”, fecha o trabalho com a voz de Norah cantarolando a melodia.

Para resumir, “Day Breaks” marca a volta de Norah Jones com força total e é um trabalho que deve ser conhecido por todos, uma delícia musical em tempos que delícias musicais são verdadeiras raridades.

Adriana Maraviglia
@drikared

Faixas de “Day Breaks”:
1.Burn
2.Tragedy
3.Flipside
4.It’s a Wonderful Time for Love
5.And Then There Was You
6.Don’t Be Denied
7.Day Breaks
8.Peace
9.Once I Had a Laugh
10.Sleeping Wild
11.Carry On
12.Fleurette Africaine (African Flower)

Ouça 3 faixas do novo disco:

Carry On

Flipside

Tragedy

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