Conspiração e Poder traz história real de jornalistas lutando para mostrar a verdade

CONSPIRAÇÃO E PODER - FOTO: DIVULGAÇÃO

Um momento bem estranho dentro da luta suja que pode tomar, de um momento para o outro, qualquer disputa eleitoral. Não, não estou falando das eleições no Brasil, onde estes momentos estranhos aparecem durante quase todo o processo e até depois dele, mas de uma história real sobre jornalismo e a dificuldade de conseguir contar uma história ao público, quando os interesses políticos de certos grupos se sobrepõe a verdade.

E é isto que acontece em “Conspiração e Poder”, uma produção baseada em uma história real, acontecida em 2004, com uma equipe de jornalistas investigativos, do programa jornalístico “60 Minutes”, naquele momento, uma verdadeira “instituição” cercada de toda a credibilidade que só pode ter um programa com 36 anos de história.

Com Dan Rather (Robert Redford), como âncora, a equipe capitaneada pela produtora Mary Mapes (Cate Blanchet) segue uma pista que indica que o Presidente George W. Bush teria usado o poder político de seu pai, na época um Congressista do Estado do Texas, para conseguir uma vaga na Texas Air National Guard, como piloto, fugindo assim de uma possível convocação para ir como primeiro tenente, para o combate no Vietnã.

Entre muitos boatos e uma enorme dificuldade para conseguir depoimentos de pessoas que confirmavam as histórias em off, mas que tinham medo de comprometerem-se, dando depoimentos às câmeras, porque, afinal, estariam falando sobre o homem que era o presidente americano naquele momento, tentando uma reeleição.

Mesmo assim, a reportagem toma um novo fôlego, quando memorandos sobre os problemas que ele teve durante seu tempo a serviço da instituição, que chegavam a implicar que Bush não só teria faltado a provas importantes, como desaparecido do quartel por pelo menos 6 meses, antes de pedir sua baixa anos antes do final de seu período legal de serviço.

Mas quando tudo vai para o ar, a gritaria dos partidários de George W Bush coloca em jogo todas as revelações e a própria carreira dos jornalistas.

O filme do diretor James Vanderbilt, baseado no livro “Truth and Duty”, escrito pela própria Mary Mapes, não é uma obra prima do cinema, mas merece figurar na lista dos bons filmes sobre jornalismo, porque consegue acompanhar bem de perto todo o processo que a equipe de profissionais atravessa e todas as suas implicações.

O trabalho dos atores, especialmente de Blanchet ajuda a dar a dimensão humana ao drama político e a visão de um jornalismo que, antes de tudo, toma posição para informar ao povo, transforma o filme em obrigatório, especialmente neste momento que atravessamos no Brasil, em que a mídia tem partido e usa sua posição para convencer um país a aceitar o inaceitável.

Adriana Maraviglia
@drikared


Assista ao trailer de “Conspiração e Poder”:

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