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O terror da Guerra Fria em “A Ponte dos Espiões”

A passagem do tempo pode ter relativizado para as novas gerações todo o drama e importância do que se vivia na tensa época da Guerra Fria, com EUA e URSS esperando apenas que o outro lado atacasse, para revidar com bombas nucleares com um poderio de devastar o mundo inteiro.

E enquanto a tensão cresce, espiões dos dois lados, procuram juntar informações sobre o inimigo, para melhor prepararem seu lado, para um iminente ataque. Esse é o clima em que se passa o novo filme de Steven Spielberg, “A Ponte dos Espiões”; um belo drama épico sobre um período histórico que durou décadas e está na raiz de muitos dos problemas que vivemos até hoje.

Em 1957, Rudolf Abel (Mark Rylance) é preso em Nova York sob a acusação de ser um espião da União Soviética e, com a opinião pública exaltada pela paranoia anticomunista crescente no país, a condenação a pena de morte é tida como certa, mesmo assim, o rito judicial pede que o acusado tenha um advogado, por isso, James Donovan (Tom Hanks), que trabalha para seguradoras é convidado a assumir a defesa de Abel.

Donovan decide fazer o melhor por seu cliente e por isso, passa a enfrentar a fúria da opinião pública para conseguir um tratamento mais humano para seu cliente e, usando como argumento a possível necessidade de transformá-lo em “moeda de troca”, caso um espião americano caia em mãos russas, ele consegue convencer o juiz do caso a não aplicar a pena de morte.

Não demora e logo aparece a oportunidade de trocar Abel pelo piloto americano Francis Gary Powers (Austin Stowell), abatido sobre território russo. Donovan é mais uma vez convocado a ajudar e topa ir até uma Berlin Oriental que vive o momento tenso da construção do muro que dividiu a cidade em dois por décadas.

A atuação de Mark Rylance é um dos pontos altos desta produção, assim como o roteiro dos irmãos Coen, que dá o tom e a dimensão dos dramas de um momento histórico, em que pessoas eram metralhadas no meio da rua, por simplesmente aproximarem-se demais do muro e uma direção de um Spielberg mais contido, distanciando-se do seu estilo mais melodramático, talvez por isso seja mais difícil aceitar que o diretor tenha sido novamente esnobado pela Academia.

“A Ponte dos Espiões” é um grande filme a que, assim como na “Lista de Schindler” (93), assistimos aliviados somente por lembrarmos de que o mundo já superou tudo isso. A produção obteve 6 indicações ao Oscar nas categorias Mixagem de Som, Trilha Sonora Original, Direção de Arte, Roteiro Original, Ator Coadjuvante (Mark Rylance) e Melhor Filme. No Globo de Ouro, o filme teve apenas a indicação de Mark Rylance, para Melhor Coadjuvante.

Adriana Maraviglia
@drikared

Confira o trailer de “Ponte dos Espiões”:

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