Boyhood – O triunfo de uma ideia genial
|Não é todo dia que vemos um filme como “Boyhood” chegando aos cinemas, sei que quase ninguém sabe disso, mas filmar qualquer coisa para cinema é, antes de tudo, um trabalho complicado, por mais simples que o resultado final possa parecer na tela.
Agora imagina como é escolher um elenco de atores e filmar durante 12 anos seguidos, algumas poucas cenas por ano, porque teve a ideia de acompanhar a evolução de seus personagens durante uma parte importante da vida deles, a infância.
A ideia que Richard Linklater tinha na cabeça e conseguiu realizar, resultou em um filme encantador. E a identificação do público com o pequeno Mason (Ellar Coltrane) e sua família é imediata.
Desde as primeiras cenas em que ele é apenas um garotinho fofo, discutindo com sua mãe Olivia (Patricia Arquette) e brigando constantemente com a irmã Samantha (Lorelei Linklater), enquanto espera pelas raras visitas do pai também chamado Mason (Ethan Hawke); o espectador sente-se atraído e curioso para conhecer o destino daquela família.
E vamos acompanhando tudo de perto, não só os momentos especiais, mas principalmente o dia-a-dia, com as crianças crescendo diante dos nossos olhos, transformando-se em adolescentes e mais tarde, em adultos.
Parece tudo muito simples e por isso mesmo é genial. Boyhood não é só um filme sobre a infância e o crescimento de um ser humano, mas transcende isso.
E Richard Linklater continua sendo um especialista nisso, colocar na tela e mostrar aos seres humanos do público das salas de cinema, como é a experiência de viver.
É muito bom que a recente temporada de premiações de cinema esteja dando a Boyhood uma visibilidade maior. Depois de levar para casa os principais prêmios do Globo de Ouro, melhor filme, diretor e atriz coadjuvante para Patrícia Arquette, o filme recebeu 6 indicações ao Oscar e está sendo considerado por muitos críticos um dos favoritos para arrebatar os principais prêmios da noite.
Adriana Maraviglia
@drikared