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Um futuro seguro, mas sem liberdade em “O Doador de Memórias”

Depois de algum tipo de destruição completa, não especificada no roteiro, a humanidade volta a se reerguer e usa a tecnologia e os avanços da ciência para criar uma nova humanidade, sem qualquer tipo de conflito, mas também sem qualquer tipo de emoção, sentimento ou liberdade individual.

Esta é a premissa básica de “O Doador de Memórias”, novo filme de Philip Noyce, baseado no livro homônimo de Lois Lowry.

Jonas (Brenton Thwaites) e seus dois amigos de infância Fiona (Odeya Rush) e Asher (Cameron Monaghan) chegam ao momento de sua formatura e nesta sociedade ideal, recebem da líder de sua comunidade e chefe dos anciãos (Meryl Streep), a indicação de qual será sua função naquela comunidade dali em diante, passando a ser tratado como um adulto.

Mas para surpresa de Jonas, a função escolhida para ele é de “Receptor de Memórias”, a única pessoa da comunidade autorizada a ter o conhecimento de tudo o que aconteceu antes, para que se torne o conselheiro dos anciãos, para as questões mais difíceis. E para isso ele deve passar por um treinamento com o “Doador de Memórias” (Jeff Bridges).

A fotografia em branco e preto durante uma boa parte de filme é primorosa e as cenas da comunidade tranquila, com seus habitantes que tomam medicação obrigatória diária para facilitar seu controle, pode até parecer paradisíaca.

E embora a trama seja ficcional e entre imediatamente para a lista que inclui outros filmes com temáticas similares e feitos para o público adolescente como “Divergente” (2014) e “Jogos Vorazes”(2012); “O Doador de Memórias” parece trazer questionamentos mais interessantes do que os de sua concorrência.

Mesmo dirigido por Phillip Noyce, um nome quase sempre relacionado a filmes com muita ação, como “Salt” (2010) e “Jogos Patrióticos” (92), o filme opta por um tratamento mais emocional e introspectivo e por isso sem correrias ou explosões.

Ao mesmo tempo, nem precisa de muita sensibilidade para perceber as críticas ferrenhas ao chamado “politicamente correto” e aos excessos da vigilância eletrônica contínua da população, seja em nome da paz ou da segurança.

Além do mais, o filme salienta a importância de conhecer a história e os fatos do passado, mesmo os mais difíceis, é fundamental para que uma população tenha a segurança de não estar cometendo os mesmos erros, no momento em que ela toma suas decisões.

E por pior que tudo nos pareça agora é preciso lembrar que ainda temos escolhas, mas cabe a cada um de nós zelarmos sempre para que continuemos a tê-las.

Adriana Maraviglia
@drikared

 

Confira o trailer de “O Doador de Memórias:

 

 

 

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