O lado humano do ícone em Sete Dias com Marilyn
|Estrela, ícone, símbolo sexual, há 50 anos a imagem que ilumina as telas de cinema tomou o lugar até da própria atriz no imaginário popular.
Mas o ícone era uma mulher real, uma atriz de personalidade difícil, que em um certo momento de sua carreira, mais precisamente em 1956, aceitou viajar para Londres para assumir um papel em um filme dirigido pelo prestigiado Laurence Olivier.
Com uma reconstituição de época impecável, “Sete Dias com Marilyn” conta esta história. Michelle Williams é uma Marilyn Monroe com muitas dificuldades para funcionar no estúdio, tentando contrabalançar um casamento recente e desastroso com o escritor Arthur Miller (Dougray Scott) e todos os seus medos e inseguranças aumentados pelo fato de ter feito 30 anos e sentir que não tem mais muito futuro no cinema.
Já para Laurence Olivier (Kenneth Branagh), a ideia era usar a popularidade de Marilyn para tentar alavancar novamente sua carreira, um “sopro de ar fresco” para quem começava a sentir o peso da idade.
Os conflitos, que fizeram parte da criação do filme “O Príncipe Encantado” (1957) são vistos aqui sob a ótica de Colin Clark (Eddie Redmayne), um jovem aristocrata de 23 anos que. por gostar muito de cinema, decide mesmo contra a vontade da família, deixar sua casa para trabalhar com Olivier, como terceiro diretor na tal produção.
Depois de um início confuso, Colin passa a contar com a simpatia da atriz e torna-se o responsável pela presença de Marilyn em cena, e assim, arruma para si mesmo uma luta contra toda sua entourage, que inclui até a professora de artes cênicas Paula Strassberg (Zoë Wanamaker).
No meio de tantos conflitos, os atores brilham, Michelle Williams faz um retrato delicado e convincente da atriz, enquanto Kenneth Branagh, Julia Ormond e Judi Dench, iluminam a tela como Laurence Olivier, Vivien Leigh e Dame Sybil Thorndike.
O diretor Simon Curtis tem uma longa experiência em filmes para a TV e compensa um roteiro superficial, dando um maior espaço para seus atores brilharem; tanto que sem muito alarde, em uma produção considerada de médio porte; Kenneth Branagh e Michelle Williams conseguiram ser indicados ao Oscar de melhor ator coadjuvante e melhor atriz.
Mesmo com sua estreia para lá de tardia por aqui, “Sete Dias com Marilyn” é uma obra interessante para quem quer conhecer melhor a mulher real que existiu por trás do ícone.
Em tempo: os fãs de Harry Potter também ficarão felizes de ver Emma Watson como Lucy, que trabalha com os figurinos da produção e é o interesse amoroso de Colin Clark até o momento em que Marilyn Monroe entra em cena.
Adriana Maraviglia
@drikared
Texto publicado originalmente no blog Planeta Cinema
Assista ao Trailer de “Sete Dias com Marilyn”: