A Rede Social – Muito barulho por nada

Mais uma vez em plena temporada de premiações do cinema, que sempre culmina na festa de entrega do Oscar, um filme chama atenção do mundo e faz muito mais barulho fora das telas, do que nas telas propriamente ditas.

Neste ano, a bola da vez é “A Rede Social”, que enquanto filme, corre o risco de ser exatamente isso, só barulho.

A biografia do gênio dos computadores Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), adaptada a partir do livro “Bilionários Acidentais” de Ben Mezrich, tem aquele mesmo tom quase insípido das obras para a TV.

Estudando em Harvard, Zuckerberg tem ao mesmo tempo um enorme talento para lidar com computadores, enquanto é total e completamente avesso ao contato com outros seres humanos, embora sonhe com a vida agitada das fraternidades mais exclusivas da Universidade.

Em 93, como resposta a um novo fora que recebeu de uma garota, ele coloca sua cabeça genial para funcionar e cria um sistema que compara as fotos das colegas, através de uma votação e que recebe tantas entradas que tira a rede da Universidade do ar.

Sem querer, ele encontra exatamente o que os seus colegas universitários estavam procurando, uma forma de manter contato e mostrar aos amigos o que está fazendo através da internet e passa a ter em suas mãos o Facebook, um dos casos de maior sucesso dentro da curta história da rede.

Mas o grande problema do filme é que uma boa parte de suas cenas acontecem dentro das salas dos advogados contratados por Zuckerberg para defendê-lo do processo dos irmãos gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss (Armie Hammer), que querem uma fatia do sucesso do Facebook porque tiveram a ideia de convidar Mark para construir um site de namoros dentro da rede de Harvard e do brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield) que era sócio de Zuckerberg e acaba sendo traído por ele no início das operações comerciais do site.

O diretor David Fincher trouxe para as telas uma história recente que parece muito mais ter sido inspirada na valorização dos bilhões de dólares que o jovem Zuckerberg ganhou com sua ideia, do que em qualquer outra coisa.

E o que é mais triste é que mesmo sem muito a mostrar além do veja só quanto dinheiro dá para ganhar com uma ideia simples; o filme tem sido super valorizado, com inexplicáveis e injustificadas 8 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, diretor, ator (Jesse Eisenberg), roteiro adaptado, fotografia, montagem, trilha sonora e mixagem de som.

E deve levar diversas estatuetas como levou 4 prêmios no Globo de Ouro, incluindo o de melhor filme, apenas pelo barulho que gerou, o que será uma vergonha para a Academia. Quer premiar quem ganha dinheiro? Cria um troféu especial para distribuir aos bancos de uma vez!

Adriana Maraviglia
@drikared

Assista ao trailer de “A Rede Social”:

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