Whitesnake traz um desfile de hits (e competência musical) ao Credicard Hall

Em uma sexta-feira difícil para os paulistanos, em que os congestionamentos do trânsito sempre caótico batiam novos recordes, o Credicard Hall trazia de volta à cidade uma atração muito querida dos brasileiros, a banda Whitesnake.

Com 30 anos de carreira, nos quais mudou incontáveis vezes de formação, o Whitesnake sempre foi e é ainda, a banda de David Coverdale, um veterano do rock que começou sua carreira substituindo Ian Gillan em 1973, na banda Deep Purple, deixando-a três anos depois para formar, em 77, o Whitesnake.

Caindo novamente na “estrada”, logo após lançar “Good to Be Bad”, seu 11° disco de estúdio, a banda agora é formada por músicos jovens e muito talentosos: Doug Aldrich (guitarra), Reb Beach (guitarra), Uriah Duffy (baixo), Timothy Drury (teclados) e Chris Frazier (bateria) que ao lado de David Coverdale, têm plenas condições de recriar ao vivo, mais uma vez, a magia que elevou a banda ao estrelato no Brasil, durante o primeiro Rock In Rio, em 1985.

E em noite de casa cheia, com ingressos esgotados, a entrada da banda com a música nova “Best Years”, se revela triunfal. O público enlouquece com todos os velhos clichês presentes mais uma vez no palco, o malabarismo com o pé do microfone, as duas guitarras se alternando além dos refrões que fizeram a alegria da publicidade durante os longínquos anos 80.

David Coverdale que do alto dos seus 50 e tantos anos parece ter reencontrado a antiga forma física chega dançando, provoca a platéia com sua coreografia “snake dance” e continua imbatível quando o assunto é voz.

Parece o mesmo de sempre, especialista em confundir os críticos, distraindo-os com o cabelo cheio de laquê, as roupas chamativas e a pele impecavelmente bronzeada, levando-os a esquecer de prestar atenção na voz rascante de bluesman branco, que fala direto para a alma do público, fazendo um hard rock clássico, com uma pegada inconfundível de blues.

A voz ainda está lá, quase em sua totalidade, os hits também, um atrás do outro, a banda trás para o Credicard Hall todas as músicas que a platéia quer ouvir, mas parece que desta vez falta alguma coisa, espontaneidade, talvez?

A banda parece tão presa a um roteiro rígido, coreografado, que até os momento de improviso, na apresentação acústica de “The Deeper the Love” e  “Guilty of Love” soaram como milimetricamente ensaiados, previsíveis.

Mas esta ausência de espontaneidade só pode ser notada pelos mais sensíveis, os mesmos que depois de muito sofrimento para chegar ao Credicard Hall, atravessando o “mar sem-fim” de carros, provavelmente saíram de lá com a sensação de que seu esforço não foi lá muito compensador.

Uma questão completamente sem importância para a grande maioria dos que compunham aquela multidão, que saiu de lá com a alma lavada.

Adriana Maraviglia
@drikared

Setlist Whitesnake no Credicard Hall (09/05/2008)

1.Best Years
2.Fool For Your Lovin’
3.Bad Boys
4.Can You Hear The Wind Blows
5.Love Ain’t No Stranger
6.Lay Down Your Love
7.Is This Love
8. Snake Dance (solo de guitarras)
9.Crying In The Rain (com solo de bateria)
10.The Deeper The Love
11.Gimme All Your Love
12.Here I Go Again
13.Ain’t No Love In The Heart Of The City
14.Guilty Of Love
15.Still Of The Night
16.Soldier Of Fortune
17.Burn/Stormbringer

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