Barão Vermelho volta com tudo e apresenta nova safra de músicas

Barão Vermelho – foto: Reprodução

Um dos patrimônios do rock nacional está de volta. Os membros do Barão Vermelho passaram os últimos quatro anos cuidando de projetos diversos, cada um do seu lado.

Frejat, o mais notório dos barões, fez o projeto mais popular; dois trabalhos solo honestos que alcançaram uma boa resposta de público e crítica.

Enquanto isso, Guto Goffi cuidava de sua loja de instrumentos, Fernando Magalhães se dedicava a uma bem sucedida carreira de produtor musical, Peninha tocava aqui e ali e Rodrigo Santos excursionava com o Kid Abelha. Ah! E tem também o Barão convidado, Maurício Barros teve uma participação ativa nos dois solos do Frejat.

Mas chegou a hora de trazer o Barão de volta, e depois de tão longas férias, o recomeço até que foi bem produtivo e muito rapidamente a banda pode apresentar uma nova boa safra de músicas.

Algumas como “Cara a Cara”, têm aquela sonoridade “padrão” do Barão Vermelho, ou seja, um “rockão” pesado, com levada puxada pelas guitarras; outras pegam carona em influências notórias da banda como “A Chave da Porta da Frente”, uma mistura apimentada da latinidad de Santana com letra no estilo Luiz Melodia, sem sombra de dúvida, a melhor faixa do trabalho.

É inevitável que algumas faixas tragam também uma certa influência dos trabalhos feitos durante a pausa do Barão, e esse é o caso de pelo menos duas músicas: as baladas “Pra Toda Vida” e “Cigarro Aceso no Braço” estão muito mais próximas em estilo do trabalho solo do Frejat do que de qualquer coisa que o Barão já tenha feito.

Já “Tão Inconveniente” poderia estar em qualquer disco do Barão juntamente com “A Máquina de Escrever”, a melhor letra, adaptação de uma poesia de Gioseppe Ghirroni.

E falando em composição, o novo trabalho é bem variado, com músicas resultantes da colaboração de todos os membros da banda e a presença de velhos parceiros como Leoni e novos nomes como Mauro Santa Cecília (colaborador dos trabalhos solos de Frejat).

Analisando de maneira geral, este novo trabalho não chega muito perto das obras primas da banda em sua fase pós-Cazuza como “Carnaval” ou “Na Calada da Noite”, mas também está muitos passos adiante das eletroniquices de “Puro Êxtase”.

“Cuidado” é a faixa de trabalho e quando o disco foi para as lojas, já estava em alta rotação nas rádios de todo o Brasil.
Logo após o lançamento, o Barão cai na estrada para “oficializar” seu retorno. Sejam bem vindos rapazes, nós já estávamos com saudades.

Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade

Ouça Barão Vermelho (2004) no Spotify:

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