Roberto Frejat – Amor Pra Recomeçar
Essa é a primeira vez em 20 anos de carreira que Roberto Frejat, cantor, compositor e guitarrista de uma das maiores bandas do rock brasileiro, o Barão Vermelho, “abre as asas” e parte em busca de um voo para a sua carreira solo.
O resultado: “Amor Pra Recomeçar”, seu primeiro CD, lançado via Warner Music.
De “férias” do Barão, Frejat garante que a banda continua para a alegria geral dos fãs, apenas não tão permanente como nos últimos 20 anos.
Com fôlego renovado, o músico apresenta um trabalho maduro, produzido primorosamente por Max de Castro e Tom Capone.
Durante os ensaios do show de “Amor Pra Recomeçar” em São Paulo, Frejat concedeu à Revista Eletricidade uma entrevista exclusiva, onde contou um pouco mais sobre esse trabalho. Confira:
Eletricidade: “Amor Pra Recomeçar” é o seu primeiro trabalho solo, você se sente recomeçando mesmo depois de 20 anos de estrada?
Frejat: Acho que tem várias coisas que pra mim são um recomeço, é até uma questão de postura, de ter a clareza de que eu estou chegando com um trabalho novo.
É lógico que vai ter vários momentos em que toda a minha trajetória vai me ajudar, mas em outros, eu vou encarar os mesmos obstáculos que uma pessoa que está trazendo o seu primeiro trabalho.
Eu fico muito tranquilo de saber que mesmo sendo o primeiro trabalho, eu posso aproveitar o que o Barão me oferece em termos de prestígio e de respeito.
Mas também a falta de conhecimento, essa desinformação do que eu já fiz antes, não é uma coisa que me deixa preocupado. Não acho que todo mundo precisa saber da minha história com o Barão pra poder dar o aval ao meu trabalho novo.
Eletricidade: Como rolaram as gravações do CD e como foi a experiência de gravar com Max de Castro?
Frejat: Eu gravei praticamente o disco todo no meu estúdio, algumas coisas na casa do Tom e as cordas foram gravadas num estúdio grande.
A minha intenção ao chamar o Tom Capone para me produzir na parte mais Pop/Rock, e o Max de Castro na parte mais Soul, é a de ter pessoas mais novas do que eu, e com uma concepção mais contemporânea dessas linguagens.
O Tom imediatamente incorporou o Maurício Barros (Barão Vermelho) à equipe dele para co-produzir as faixas.
E foi muito legal, porque eu fiquei a vontade pra decidir as coisas e pra dizer: “- Isso eu gosto, aquilo eu não gosto”. Eu não era a única pessoa que era obrigada a ser a fonte de ideias, nesse sentido os produtores foram muito importantes.
Eletricidade: Você tem vários parceiros diferentes nesse álbum (Alvin L, Marisa Monte, Arnaldo Antunes). Como surgiu a ideia de juntar pessoas tão diferentes no mesmo trabalho?
Frejat: Acho que isso é um pouco fruto da minha própria personalidade, eu gosto de várias coisas diferentes.
Eu acho que todas as pessoas tinham uma coisa em comum:que é o gosto, o prazer pelo que elas fazem, na verdade eram dúvidas antigas tipo: ” – Pô, a gente precisa fazer um negócio junto”.
Então, num determinado momento em que estou sozinho, e que eu teria o domínio total da escolha do repertório, nada mais perfeito para dar vazão a todos esses encontros que estavam aí para serem concretizados e colocá-los no meu disco.
Eletricidade: A temática central do CD é o Amor. Você se considera uma pessoa romântica?
Frejat: Eu sou romântico, não aquele romântico “adoçicado”, mas uma pessoa que acredita no amor e que acredita nas relações entre as pessoas. Acho que se as pessoas se preocupassem mais em gostar e menos em não gostar das coisas, com certeza seriam mais felizes.
Eu acho que o disco tem muito disso, essa procura do sentimento, do carinho e da companhia.
Eletricidade: O que você espera desse novo trabalho e da sua carreira solo?
Frejat: Eu espero conseguir estabelecê-la bem, porque essa é a prioridade na minha vida. Eu me vejo a partir de agora cantando as minhas músicas, fazendo o meu trabalho, e em alguns momentos me reunindo com as pessoas do Barão para fazermos uma turnê, um disco.
Mas não vejo o Barão como uma coisa permanente como ele foi nesses últimos 20 anos; acho que seria ruim para o Barão ter essa obrigatoriedade.
Eletricidade: Alguns integrantes dos Titãs têm um trabalho solo paralelo. Na sua opinião essas “férias” acabam fortalecendo mais a banda?
Frejat: Com certeza, acho que elas revitalizam muito, e é exatamente isso que eu proponho para o Barão nesse momento.
Algumas pessoas já entenderam algumas coisas, por exemplo: o Fernando e o Rodrigo estão tocando com outras pessoas, e acho que os outros é mais com o decorrer do tempo mesmo para eles criarem outras possibilidades.
Valéria Maraviglia
@revistaeletricidade
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