Guitarrista Gary Clark Jr lança segundo álbum

GARY CLARK JR - THE STORY OF SONNY BOY SLIMChega às lojas o segundo disco de Gary Clark Jr, um cantor e guitarrista texano que já anda pelo cenário musical há algum tempo, mas que se tornou bem mais conhecido a partir de seu disco de estreia por uma grande gravadora, “Black and Blu”, lançado em 2012, e muito bem recebido por crítica e público que aplaudiram nele principalmente a vontade de atualizar as velhas paletas da música negra como o soul, o r&b e até o hip-hop e trazer para o presente o bom e velho blues de raíz.

E se em “Black and Blu”, seu primeiro trabalho, ele apostava principalmente em um revival desse blues, agora em seu novo disco, “The Story of Sonny Boy Slim”, a ideia é procurar outras vertentes mais atuais, para ver até onde o som o leva.

O novo disco aposta em uma diversidade ainda maior e já que se trata de um (excelente!) guitarrista que também canta, às vezes fica impossível deixar de lembrar de outros artistas que já percorreram este caminho anteriormente como Jimmy Hendrix, Prince, Lenny Kravitz e até Jack White.

A introdução de “Healing” quase engana os desavisados, evocando os cânticos dos escravos nos campos de trabalho, uma das principais raízes do blues, mas tudo muda de repente, e somos lembrados de que estamos no século XXI e ele mostra como deveria soar o blues nesta época em que vivemos, com uma letra que fala sobre as propriedades curativas da música.

A faixa seguinte “Grinder” reforça a ideia de que estamos diante de um novo virtuoso da guitarra e é impressionante o que ele pode fazer com ela, reinando absoluta entre os poucos versos cantados desta canção.

Em “Star”, a viagem é outra e fica quase impossível deixar de lembrar do auge de Prince, aquele baixo funkeado e os vocais em falsetto, nos transportam direto para algum lugar entre o final da década de 80 e início da década de 90 e “Our Love”, a música seguinte, se mantem no mesmo clima.

“Church” é acústica e evoca mais uma vez as raízes do blues, em uma de suas mais notórias fontes, o Gospel, a música que se cantava na Igreja, mas no bom sentido, a milhões de quilômetros daquela coisa estranha e de mau gosto que se faz especialmente aqui no Brasil, por razões puramente comerciais, disfarçadas de religiosas.

Com piano na introdução, “Hold On” é basicamente o que toca no rádio hoje em dia, mas com a vantagem de ter uma qualidade que já não se encontra no rádio de hoje em dia. R&B estiloso, bom de se ouvir; como também é “Cold Blooded”.

“Stay” parece ter mais a pegada que o Lenny Kravitz já teve há alguns anos. Forte, solar e com aquele fraseado de guitarra que intercala tudo e faz tudo parar por um momento.

Enquanto “Shake” volta ao passado, a mais longa do disco “Down To Ride” é um outro tipo de viagem, em estradas mais familiares, outra que poderia ter saído direto de um daqueles velhos álbuns do Prince, que lá longe, na década de 80, mudavam um pouco o mundo, quando eram lançados.

Adriana Maraviglia
@drikared

 

 

Confira as faixas de “The Story of Sonny Boy Slim”:

1. The Healing
2. Grinder
3. Star
4. Our Love
5. Church
6. Hold On
7. Cold Blooded
9. Wings
10. BYOB
11. Can’t Sleep
12. Stay
13. Shake
14. Down To Ride

Assista aos vídeos de “The Healing”  e “Church”:

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