Os Paralamas do Sucesso trazem seus 37 anos de carreira para o palco do Sesc Vila Mariana
Com um dos legados musicais mais sólidos do boom do rock brasileiro no início da década de 80, Os Paralamas do Sucesso trazem para o SESC Vila Mariana seu show mais recente em uma série de quatro apresentações com casa cheia e ingressos esgotados.
Embora o show inicie com duas canções do disco mais recente da banda “O Som do Sim”, o décimo terceiro álbum da banda, lançado em 2017, “Sinais do Sim” e “Itaquaquecetuba”, o foco da apresentação é muito mais sobre o caminho percorrido até aqui, os 37 anos de estrada, e a coleção de músicas maravilhosas que eles produziram.
O desfile de hits começa já no primeiro bloco com “Meu Erro”, que empolga o público, que passa a cantar junto cada uma das músicas, enquanto muitos celulares se erguem, registrando cada movimento no palco.
É interessante observar este movimento, com uma cenografia simples, que consiste em três telões no fundo do palco e a ajuda de belos efeitos da iluminação, a banda convida o público a uma viagem no tempo, do tipo que não dá muitas explicações ou permite respiros entre um hit e outro.
Não há uma ordem cronológica nas músicas, assim, temos décadas diferentes apresentadas no mesmo bloco.
A formação da banda no palco também varia algumas vezes e o power trio fica sozinho ou é acompanhado pelos músicos de apoio que entram e saem do palco. Todos com um longo relacionamento com a banda: o tecladista João Fera, que acompanha a banda há 32 anos, o trombonista Bidú Cordeiro, 22 anos ao lado dos Paralamas e o saxofonista Monteiro Jr (há 30 anos com a banda).
A banda se mostra afiada, no bloco em que “O Calibre” é seguida por “Selvagem” e “O Beco”, o som fica pesado e versos que nasceram da indignação com o show de horror que todos brasileiros vivem neste país de muitas injustiças, criam novos significados como em “Perplexo”, inspirada na sequência interminável de planos econômicos mirabolantes da década de 80, que agora serve apenas para lembrar a falta absoluta de horizontes em que este país está mergulhado.
Em um dos pontos altos do show, na música “Caleidoscópio”, Herbert Vianna fala sobre suas influências do rock e do blues e as mostra em um solo de guitarra inspirado em Jimmy Hendrix e Jimmy Page.
Para quem acompanhou esses 37 anos de história, é muito bom ver que Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone continuam evoluindo como músicos e suas apresentações são ótimas oportunidades de revisitar um momento em que dava gosto de ouvir a música que se fazia no Brasil.
Adriana Maraviglia
@drikared
Galeria de fotos Paralamas do Sucesso no SESC Vila Mariana 04/07/19:
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