Os dilemas da adolescência em nova aventura de Harry Potter
|Harry Potter está crescendo, assim como seus desafios; no quarto e melhor filme da série até então, o bruxinho que conquistou o mundo nos best-sellers de JK Rowling, promete alcançar ao mesmo tempo sua melhor bilheteria e a melhor cotação da crítica cinematográfica.
E para conseguir cumprir esta árdua missão foi convocado o diretor britânico Mike Newell (Quatro Casamentos e um Funeral); o mesmo que recusou o convite para fazer “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, o primeiro da série.
Logo de cara, Mike já teve que enfrentar um problema considerável, como transformar um texto longo, de mais de 700 páginas, em um filme ágil e, com uma duração dentro dos padrões do cinema.
Uma das soluções cogitadas seria lançar o filme em duas partes, a outra, cortar tudo o que fosse supérfluo.
A opção pela segunda alternativa pode até decepcionar alguns leitores, já que ela tira do filme momentos interessantes dentro da narrativa do livro, como o estranhamento entre as famílias Dursley e Weasley, ou a exibição apoteótica das garotas Veela durante a Copa do Mundo de Quadribol.
Mas o filme ganha em ação o que não deixa muito espaço para reclamações; afinal Harry Potter, aos 14 anos e em seu quarto ano em Hogwarts, estará mais uma vez enfrentando perigos mortais, durante as provas do Torneio Tribruxo; uma competição com cara de Olimpíadas entre os alunos das três principais escolas mágicas da Europa: Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang.
Além de se dedicar à luta contra Lorde Voldemort, sempre ele, Harry Potter terá outro problema muito mais agradável para resolver: a sua adolescência!
Harry Potter se apaixona pela colega Cho Chang (Katie Leung), vai a um baile de gala e descobre que recebeu de brinde, junto com aquela carga extra de hormônios, uma mistura de timidez, total falta de jeito para dançar e nenhuma capacidade para impressionar o sexo oposto.
E para piorar ainda mais a situação, o amigo de toda hora, Ron Weasley (Rupert Grint) parece também estar envolvido numa enorme crise adolescente.
Além de crescer em tamanho, deixando Daniel Radcliffe parecer ainda mais franzino, Rupert Grint mostra neste novo filme que seu talento não se limita às suas impagáveis implicâncias com Hermione Granger (Emma Watson).
Visualmente, o quarto filme está muito mais próximo da estética sombria imposta pelo diretor mexicano Alfonso Cuarón a “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” do que dos dois primeiros e o motivo é o próprio desenvolvimento da saga.
Se os primeiros filmes estavam voltados ao público infantil, nesta nova produção o público alvo é o adolescente e adulto.
Nos EUA “Harry Potter e o Cálice de Fogo” recebeu a classificação etária PG-13, (menores de 13 anos só podem assistir se estiverem acompanhadas pelos pais) e o motivo são as cenas de terror e violência consideradas muito fortes e assustadoras para crianças pequenas.
Adriana Maraviglia
@drikared
Assista ao trailer de “Harry Potter e o Cálice de Fogo”: