O CCBB São Paulo recebe a mostra Rock Terror

O CCBB de São Paulo recebe a mostra Rock Terror provando que os dois gêneros se fundem na telona e transcendem os roteiros de cinema.

De 25 de outubro a 13 de novembro serão exibidos 38 filmes, entre ficção e documentários, capazes de mostrar os mais variados aspectos dessa vertente que tem fãs em todo mundo, além de uma masterclass do curador, jornalista, pesquisador, documentarista e crítico de cinema Mário Abbade. A mostra também será exibida em Brasília, de 13 a 31 de outubro.

A programação tem a missão de trazer luz a um subgênero iniciado no final dos anos 1970, quando se vendia o mito de que muitas bandas antes da fama faziam um pacto com o diabo para atingir o sucesso. Lendas à parte, reunir esses filmes sob um olhar apurado é uma forma provocar reflexão sobre o que de fato aconteceu com a realização cinematográfica desse estilo: produções de baixo orçamento, humor involuntário, possessões demoníacas sofríveis, efeitos especiais toscos e cenas propositalmente apelativas em relação a violência e sexo. No dia 3 de novembro haverá uma masterclass com o curador Mário Abbade, um especialista no tema.

“Esse subgênero que juntou o rock e o terror surgiu como mais uma contribuição para a cultura pop. E muitos foram os países que aderiram a esse sucesso, como Japão, Alemanha, Índia, França, Inglaterra, EUA, Tailândia e Brasil”, diz Abbade. Serão exibidos na mostra 38 filmes (31 deles de ficção e sete documentários), capazes de mostrar os mais variados aspectos dessa vertente. Entre os filmes raros que serão exibidos, um exemplo é “Turnê assassina” (1980), de Don Edmonds, só lançado em VHS nos EUA na época e atualmente fora de catálogo.

O cardápio da programação está repleto de grandes e importante referências. “A Maldição da aranha”, filme americano de 1958, é um dos pioneiros a unir rock e terror e que ilustra bem a diversidade do gênero, em uma época em que o rock era um fenômeno – o longa combinou o som dos anos 50 com temas comuns daquela época. Um outro que merece destaque é “O Fantasma do Paraíso” (1974), do reconhecido diretor Brian de Palma, que se cerca de referências da literatura como “O Fantasma da Ópera”, “Fausto” e “O retrato de Dorian Gray”. “De Palma conseguiu traçar um painel irônico da indústria fonográfica, incluindo os elementos: grandes gravadoras, artistas vendendo suas almas (literalmente), drogas e sexo”, avalia o curador.

Outros representantes não menos importantes fizeram história e a alegria dos admiradores dos filmes de horror e do rock. O filme “Uma noite de horror” (1984), uma coprodução entre EUA, Espanha e Porto Rico, dirigida pelo italiano Claudio Fragasso, teve o ícone do rock Alice Cooper como protagonista.

Roger Daltrey, da banda The Who, foi o vilão em “Vampirella”, de 1996. A lista segue com “A rainha dos condenados” (2002), “Repo! The genetic opera” (2008) e “Suck” (2009) – este com um superelenco com Alice Cooper, Iggy Pop, Henry Rollins, Moby e outros ícones da música internacional, com trilha inspirada em David Bowie e Velvet Underground. Da produção brasileira, a mostra vai exibir “As sete vampiras” (1986), de Ivan Cardoso, com Léo Jaime tocando rock nacional.

Também serão exibidos documentários do antropólogo canadense San Dunn e outras produções que mostram que a realidade do heavy metal está muito além de seu estereótipo, algo que já foi alvo de estudos como o do pesquisador britânico Stuart Cadwallader, que descobriu que o gênero era o preferido dos superdotados da The National Academy for Gifted and Talented Youth at the University of Warwick. “Por esse motivo, foram escalados mais quatro documentários, que investigam e traçam as origens do heavy metal e suas derivações, por ser o estilo que mais bebe da fonte pacto com o demônio e sucesso. Também serão exibidas animações: as duas produções criadas a partir dos quadrinhos para adultos da revista “Heavy Metal”, que usa temas como ficção científica e fantasia como fundo para suas histórias”, conta Abbade.

 Apesar de esse estilo ter tido seu auge entre os anos 1980 e 1990, até hoje se produzem filmes relativos a esse universo. A mostra conta ainda com os recentes “Deathgasm”, de Jason Lei Howden, “Sala verde” (Green Room), de Jeremy Saulnier, e “The devil’s candy”, de Sean Byrne, todos produzidos em 2015.

Homenagem

Rock Terror ainda contará com homenagem ao cineasta John Fasano e ao cantor e fisiculturista (entre outras coisas) Jon Mikl Thor. Fasano está presente nos filmes “Black roses” (diretor), “Zombie nightmare” (assistente de direção e roteirista) e “Entrada para o inferno” (diretor).  Jon Mikl Thor, mais conhecido como Thor, é a estrela de “Zombie nightmare”, e escreveu e atuou em “Entrada para o inferno”, além de atuar no descartado “Intercessor”. Na mostra será exibido o interessante documentário “I am Thor”, que conta as aventuras e desventuras do cantor e fisiculturista no show business.

Assista aos trailers de alguns dos filmes que fazem parte da Mostra Rock Terror: 

O Fantasma do Paraíso

Vampirella

Repo! The genetic opera

Suck

Mostra Rock Terror – CCBB São Paulo –  Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro –  São Paulo-SP – Acesso ao calçadão pelas estações Sé e São Bento do Metrô – De 25/10 a 13/11 – Fone (11) 3113-3651/3652 –  Quarta a segunda, das 9h às 21 horas –  Bilheteria – Térreo (Ingressos para o cinema são vendidos apenas na bilheteria, no dia da sessão) – Horários: consultar programação – Classificação: consultar programação por sessão – Entrada Gratuita – com senhas distribuídas 1 hora de antecedência ao início da sessão, havendo o limite de uma senha por pessoa – Cinema: 70 lugares – 

 

 

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