Aos 49 anos de carreira, o Deep Purple segue com vontade de inovar em “InFinite”
|Chegando aos 49 anos de carreira, a banda veterana Deep Purple lança seu vigésimo disco de estúdio “InFinite”.
O último grupo do triunvirato de pioneiros, que junto com Black Sabbath e Led Zeppelin, deu origem ao heavy metal, mostra que ainda tem muita disposição para fazer seu rock grandioso, com muito hard blues e toques de virtuosismo que aproximam mais e mais seu estilo ao do velho (e bom) rock progressivo.
Produzido por Bob Ezrin, o disco traz 10 novas faixas e leva novamente o Deep Purple para a estrada. Em maio, a banda começa uma nova turnê pela Europa, junto com Alice Cooper.
Abrindo o disco com “Time for Bedlam”, o Purple mostra que está musicalmente em forma e aquela sonoridade pesada de sempre se traduz em um diálogo incrível que se estabelece entre a guitarra de Steve Morse e os teclados de Don Airey, honrando sua posição de substituto da lenda John Lord, o tecladista original da banda, falecido em 2012.
A faixa seguinte “Hip Boots” explora outro lado do Deep Purple, o hard blues e, em alguns momentos chega a lembrar o Led Zeppelin. Destaque para Steve Morse e para a bateria de Ian Paice, dando aquela “suculência” extra à música.
Os teclados de Don Airey chamam atenção novamente em “All I Got Is You”, levando a melodia adiante, dialogando novamente com a guitarra e impressionando à primeira audição.
Depois vem “One Night in Vegas”, com mais pimenta e swing, uma daquelas músicas que tem cara de festa, para colocar no player e sair dançando.
Também na lista de coisas feitas para impressionar neste disco, a progressiva “Surprising” soa como um avanço musical sobre a velha sonoridade da banda. O que é uma raridade para músicos veteranos, já é bem difícil que se disponham a continuar lançando discos que os mantenham fazendo o mesmo de sempre, agora, imagina esses grandes mestres mostrando que ainda encontraram espaço para buscar novas sonoridades.
Fechando o disco, uma versão muito pessoal para a clássica “Roadhouse Blues”, do Doors. Provavelmente só uma daquelas jams de estúdio que as bandas fazem para aquecer as “turbinas”, mas valeu porque é sempre um prazer imenso ouvir estes “garotos veteranos” se divertindo com o blues.
O disco anterior do Purple já apontava para novos caminhos; “Now What?!”, de 2013, já mostrava que a banda não tinha a mínima intenção de descansar sobre as glórias do passado. Que bom que neste novo trabalho esta também seja a mensagem. Longa vida ao Deep Purple!
Adriana Maraviglia
@drikared
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