Magia ao Luar – Um Woody Allen com sotaque britânico
|Se fosse mágico, Woody Allen não seria um de muitos truques. Em “Magia ao Luar”, o cineasta volta a seguir sua fórmula de quase sempre mas faz um novo filme encantador.
Ambientado no final da década de 20, em uma Riviera Francesa para poucos, onde, Stanley (Colin Firth), é um mágico famoso e arrogante, que toma para si a missão de desmascarar aqueles que, em sua visão, usam truques que deveriam pertencer somente aos palcos, para ganhar a vida.
Assim, ele atende imediatamente o pedido de Howard (Simon McBurney), um velho colega mágico para salvar conhecidos milionários de sofrerem um golpe nas mãos de Sophie Baker (Stone), uma bela e jovem clarividente especialmente difícil de desmascarar.
Como de costume, ouvimos da boca de Stanley, com o mais esnobe dos sotaques britânicos, todas as ideias que Allen tem sobre espiritualidade, a vida nos palcos, fãs, filosofia e, claro, psicanálise.
Nada é exatamente surpreendente ou inédito, ainda assim, o charme da época, a beleza da Riviera Francesa e a fluidez com que o texto saboroso é apresentado na tela conseguem convencer muito bem.
E o sotaque britânico de Colin Firth se faz ouvir também na temática e no contexto do filme, não sei se “por osmose”, já que está há bastante tempo trabalhando na Europa, ou intencionalmente, o filme exala a alma britânica por todos os poros.
E não é a toa que alguns críticos têm considerado o melhor trabalho do cineasta nos últimos anos. Na minha opinião ainda não é para tanto; “Meia Noite em Paris” (2011) continua merecidamente sendo o dono deste título.
Adriana Maraviglia
@drikared
Assista ao trailer de “Magia ao Luar”: