Mamãe Monstro está de volta: ‘Mayhem’ é um triunfo de ousadia e maturidade artística

Lady Gaga – foto: Reprodução

Lady Gaga sempre foi uma artista que desafia convenções, e com seu mais recente álbum, “Mayhem”, ela parece estar retomando a essência provocativa e experimental que a consagrou no final dos anos 2000.

Após um longo período que foi de sons mais convencionais em “Joanne” (2016) a um pouco menos de choque em “Chromatica” (2020) e pelo menos duas incursões cinematográficas em que a artista abriu mão de sua excentricidade natural, Gaga mergulha de cabeça em sua persona mais exótica e vai buscar a inspiração no rock industrial de Nine Inch Nails e Marilyn Manson para a sonoridade de “Mayhem”.

No entanto, o disco não é um retorno ao passado; mas uma evolução, um álbum mais maduro que retoma a ousadia de “The Fame Monster”(2009) apenas para a partir dela dar um próximo passo, bem menos caótico.

Com “Abracadabra” e “Disease” como músicas de trabalho (ainda se usa isso?) o disco tem muito mais a oferecer e pode surpreender tanto com a variedade como com a qualidade sonora que foi aplicada a cada nova música.

Se as duas primeiras faixas não te convenceram, “Garden of Eden” vai te fazer sair dançando, quer você queira ou não. “Perfect Celebrity” cutuca a cultura do culto à celebridade que sua persona nada convencional acaba atraindo para Gaga e deixa claro o quanto ela representa um incomodo.

Por aqui, a faixa “Killah” soou como a melhor do disco, um funk matador, colaboração com o DJ francês Gesaffelstein, que parece ter saído direto do repertório do saudoso Prince, em um momento inspiradíssimo.

“Zombieboy” é um passeio gostoso na música para dançar da década de 80, divertida e ao mesmo tempo uma lembrança do modelo canadense Rick Genest, que participou do material promocional da era “Born This Way” e faleceu em um acidente doméstico em 2018.

“Mayhem” também tem espaço para a baladona romântica, no piano, a música “Blade of Grass” parece sobra de material da trilha sonora de “A Star is Born” e pode ser aquele “respiro” para quem está dançando desde a primeira faixa.

Explorando diferentes texturas e sonoridades, “Mayhem” é um disco tão moderno e aponta para tantos lugares diferentes que sua faixa de encerramento “Die With a Smile”, em colaboração com Bruno Mars, que foi lançada há 6 meses, levou um montão de prêmios e continua bombando na rede, parece notícia velha.

Mamãe Monstro fez de novo! “Mayhem” é simplesmente sensacional!

Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade

Ouça “Mayhem” no Spotify:

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