Best of Blues and Rock 2023 – parte 1
|Aconteceu no último final de semana, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a 10ª edição do Festival Best of Blues and Rock.
O evento, que já se tornou uma tradição na cidade, desta vez apostou na variedade.
Com um histórico que já trouxe ao Brasil artistas como Buddy Guy, Jeff Beck, Joss Stone, Joe Satriani, Orianthi e Ritchie Sambora, Joe Perry Project, entre muitos outros, o festival é o mais importante do gênero na América Latina.
Nesta ediçao, artistas brasileiros e estrangeiros de estilos musicais diferentes se apresentaram para um público de todas as idades que lotou a área externa do Auditório Ibirapuera em cada um dos três dias de apresentação.
Na sexta-feira (02/06), o festival começou com a blues woman Nanda Moura que trouxe seu repertório de blues tradicional, como aquele que se fazia nas décadas de 20 e 30, inclusive usando um instrumento raro a cigar box guitar, uma guitarra de 3 cordas cujo corpo imita uma caixa de charutos.
O clima mudou a seguir com o rock pesado da banda Malvada. Formada em 2020, por Bruna Tsuruda (guitarra), Angel Sberse (vocais), Marina Langer (baixo) e Juliana Salgado (bateria), a banda trouxe além de seu repertório pesado, uma homenagem a Rita Lee, incluindo na setlist a música “Esse Tal de Roque Enrow” e mais uma a Janis Joplin com uma versão matadora da clássica “Summertime”.
Nos anos 90, o Extreme causou furor em sua primeira passagem pelo Brasil no extinto festival Hollywood Rock.
Em seu terceiro retorno ao país, no Best of Blues and Rock, depois de uma passagem rápida por aqui sem muito barulho em 2015, a banda chega poucos dias antes do lançamento de “Six” seu sexto disco de estúdio aos streamings.
Com uma formação bem próxima da original, com Gary Cherone (vocais), o guitarrista virtuoso Nuno Bettencourt, Pat Badger (baixo) e Kevin Figueiredo (bateria), a banda chega ao palco com energia total para um show que trouxe uma setlist com músicas que levantaram a plateia.
Especialmente as do disco “Pornograffitti” , o segundo álbum e um marco na carreira da banda porque carregava o megahit acústico “More Than Words”, agitou o público com sucessos que parecem nunca ter saído da memória dos fãs.
Se o virtuosismo de Nuno Bettencourt fica sempre explícito quando sua guitarra muito estilosa começa a soar, a presença e o carisma de Gary Cherone atrai todos os olhares.
O vocalista, que já tinha encantado o público do Festival na edição 2022, ao lado de Joe Perry, parece especialmente inspirado e apresenta com a mesma empolgação tanto os velhos hits como os novos singles que fazem parte do disco “Six”: “Raise”, “Banshee” e “#Rebel”, novas músicas que foram muito bem recebidas pelo público.
No final, uma participação especial, do guitarrista Matheus Asato, que já tocou com Bruno Mars e com a cantora britânica Jesse J, colocou as duas guitarras dialogando no palco durante a música “Get The Funk Out”, deixando o público com aquele gosto de quero mais.
Para fechar a noite, o rock politicamente engajado de Tom Morello. Acompanhado da banda The Freedom Fighters Orchestra formada por Carl Restivo (voz e guitarra), Dave Gibbs (baixo) e Eric Gardner (bateria), trouxe ao palco musicas de toda sua carreira, incluindo o Rage Against The Machine e o Audioslave.
Por sinal, um dos momentos mais emocionantes da apresentação do guitarrista incluiu uma homenagem ao companheiro de Morello no Audioslave, o vocalista Chris Cornell, morto em 2017, sua imagem apareceu no telão e o público cantou junto com a banda a música “Like a Stone”.
Mas a noite ainda guardava outras surpresas, Nuno Bettencourt e Gary Cherone, do Extreme, se juntaram a Morello para cantar “Cochise” e mais uma vez, aquele mar de celulares se ergueu, com a plateia enlouquecida cantando “Killing in The Name”, o hit do Rage Against The Machine.
Fechando a noite, outra surpresa, Steve Vai se juntou ao grupo para “Power to the People”, do repertório de John Lennon.
Adriana Maraviglia