Matrix 4: muita nostalgia e um novo recomeço
|Finalmente chegou aos cinemas “Matrix 4: Resurrections” o aguardado quarto filme da franquia Matrix.
Entre o final da década de 90 e o início dos anos 2000, a Trilogia Matrix fez história no cinema com muita ação, efeitos especiais revolucionários e tudo embalado por um roteiro que convidava o público a questionar a realidade em uma jornada do herói que tinha Neo/Thomas Anderson (Keanu Reeves) como o escolhido a salvar toda a humanidade da escravidão.
Demorou quase 20 anos para Lana Wachowski decidir retornar ao universo instigante que criou ao lado da irmã Lilly. Mas como reabrir uma história que já tinha terminado? A resposta foi recomeçando do zero e pensando nas boas lembranças que toda uma geração de fãs guardava da trilogia.
Assim, com alguma sagacidade para ganhar novos fãs e uma boa dose do bom e velho fan service, Lilly optou por oferecer uma viagem nostálgica e “Matrix Resurrections” carrega os espectadores de volta a velhos cenários e até recria algumas cenas icônicas.
Além de encontrar formas de brincar um pouco com sua própria lenda, dá para rir muito das piadas sobre o famoso “Bullet Time”, aquele efeito especial que mostra personagens desviando de balas, que passaria a ser copiado a exaustão no cinema de ação que se fez depois de 1999, ano em que o primeiro (e melhor) filme da franquia estreou.
Se não há problemas no lado nostálgico, as novidades e adaptações pela ausência de alguns atores originais da franquia podem chegar a incomodar. A chegada de um novo Morpheus (Yahya Abdul-Mateen II), por exemplo, demora um pouco mais a convencer, mesmo com todo o estilo e carisma do bom ator, a ausência da figura poderosa de Laurence Fishburne pode provocar alguns suspiros.
Por outro lado, a boa performance dele e também a dos novos atores como Jessica Henwick, Toby Onwumere e Brian J. Smith parece indicar que ainda há espaço para mais filmes desse universo tão rico e tão especial na memória de muitos cinéfilos.
Se bem que não foi por isso que compramos o ingresso. Na verdade, o que todo mundo parecia querer ver era Neo e Trinity (Carrie Anne Moss) em ação e sem querer dar spoilers, as cenas que fazem juntos chegam a ser aplaudidas na sala de cinema.
Sei que muitos fãs detestaram “Matrix 4: Resurrections”, tudo bem, até entendo o ponto de vista deles, talvez esperavam mais do roteiro e do próprio filme, depois do que a trilogia fez com a cabeça de todo mundo. Mas para eles sempre existirá a própria trilogia.
Adriana Maraviglia
@drikared
Assista ao trailer de “Matrix 4: Resurrections”: