O Direito de Viver tenta rever decisão histórica

Chegando aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (07/10), “O Direito de Viver” tem como tema uma decisão crucial da Suprema Corte Americana, na década de 1970, que tratou sobre o direito da mulher à interrupção da gravidez.

E considerando que o filme trata de uma das questões do Direito mais importantes da História dos EUA, o caso Roe X Wade, os diretores estreantes Cathy Allyn e Nick Loeb tiveram uma grande dificuldade para sequer apresentar a contento suas razões para apoiar o lado dos chamados “pro-vida”.

O resultado é um roteiro confuso e carregado nos tons políticos que se permitiu tentar jogar no colo de racistas fanáticos da Ku-Klux-Klan a ideia de liberar o aborto. 
Segundo “O Direito de Viver”, os fanáticos teriam interesse de promover através dele e da criação da entidade  Planned Parenthood,  a diminuição da população negra, através de abortos e esterilização em massa.

O médico Bernard Nathanson (Nick Loeb) passa a ser um ferrenho defensor da legalização do aborto depois de perder a namorada em uma clínica clandestina de aborto.

Enquanto ele trabalha sem parar em um estado em que o aborto já é legal, Norma McCorvey, uma jovem pobre e cheia de problemas, não consegue a autorização judicial no Texas para realizar um aborto após um estupro.

Logo um grupo de advogados ligados à causa da legalização passam a defender McCorvey, que usa na corte o pseudônimo “Jane Roe”.

Obrigada a ter o bebê, a jovem recorre da decisão e seu caso chega à Suprema Corte.

É lamentável que um momento histórico tão importante tenha que ser revisto sob a ótica dos então derrotados que ainda hoje, 50 anos após os fatos, tentam usar  argumentos falaciosos, textos religiosos e teorias da conspiração para induzir o público ao erro. Aliás como qualquer redator de fake news faz  em redes sociais, tentando defender as atitudes absurdas de governos genocidas.

O único interesse deste filme é o de abrir os olhos para a infinita capacidade de distorcer fatos e criar uma narrativa que além de tentar demonizar uma decisão histórica para os direitos das mulheres norte americanas e para a saúde pública ainda tem toques de antissemitismo como qualquer velho panfleto nazista.

Adriana Maraviglia
@drikared

Assista ao trailer de “O Direito de Viver”:

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