George Clooney reflete sobre o fim do mundo em “O Céu da Meia Noite”
|Em 2049, a raça humana está enfrentando seu maior desafio e enquanto os últimos sobreviventes buscam uma chance de continuar existindo, Augustine (George Clooney), um cientista portador de uma doença terminal, decide permanecer isolado, em seu posto no Ártico, para tentar avisar as muitas missões de astronautas no espaço, que não devem voltar a Terra.
Com direção do próprio Clooney, “O Céu da Meia-Noite” é um drama apocalíptico baseado no livro “Good Morning, Midnight”, adaptado para o cinema por Mark L Smith, que chegou na semana passada à Netflix.
O roteiro não entra em detalhes sobre o que estaria causando a destruição, nem sobre os problemas de saúde de Augustine, mas os diversos flashbacks ajudam a entender o porquê do cientista colocar em risco a própria sobrevivência para tentar salvar astronautas que estão há milhares de milhas da Terra.
Martin Ruhe assina a bela fotografia e o filme tem um visual impecável, com imagens belíssimas que são acompanhadas por uma boa trilha de Alexandre Desplat.
Sem saber o que está acontecendo na Terra, a equipe de astronautas, liderada pela comandante Sully (Felicity Jones), acabou de comprovar que a lua de Saturno descoberta por Augustine é habitável, mas o retorno para a Terra com esta grande notícia se revelará bastante complicado.
Pelos temas abordados e pelo ritmo do filme, sempre um pouco mais lento e contemplativo, o filme lembra algumas produções recentes como “Gravidade”(2013), Ad Astra”(2019) e “Interestelar”(2014), o grande diferencial é a interpretação de Clooney, que consegue transmitir cada um dos arrependimentos de uma vida inteira dedicada ao trabalho científico e a extrema solidão que restou a Augustine, preso naquele cenário inóspito, esperando a chegada de seu próprio fim.
Com tudo o que a humanidade atravessou em 2020, “O Céu da Meia Noite” parece deixar como mensagem final a ideia de que, apesar de tudo, a vida segue em frente.
Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade
Assista ao trailer de “O Céu da Meia Noite”: