Os fantasmas humanos de “A Maldição da Mansão Bly”
|Chegou no último final de semana à Netflix “A Maldição da Mansão Bly”, uma nova história de casa assombrada criada por Mike Flannagan, o mesmo criador da elogiada “A Maldição da Residência Hill”.
A nova história, por sua vez, foi buscar inspiração em um clássico da literatura do terror: “A Volta do Parafuso” de Henry James, uma história que já recebeu dezenas de adaptações no cinema e assusta o público há mais de 100 anos.
O roteiro conta a história de Dani Clayton, uma tutora americana (Victoria Pedretti), que na década de 80, é contratada para ensinar duas crianças órfãs Flora e Miles (Amelie Bea Smith e Benjamin Evan Ainsworth), herdeiros que vivem em uma mansão no interior da Inglaterra, cheia de sombras.
A nova série deve agradar quem gosta de filmes de terror, mas se afastou por causa da combinação de vísceras e sangue pingando na câmera que tomou conta do gênero nos últimos tempos. Pessoas que preferem sentir medo das ameaças que se ocultam nas sombras da noite ou no meio da neblina e já cansaram da rotina de ver mocinhas fugindo de psicopatas e suas lâminas afiadas.
O trabalho dos atores é excepcional o que torna “A Maldição da Mansão Bly” ainda mais imperdível. Começando pelas duas crianças órfãs, mas visível em todo o elenco onde se destacam Amelia Eve, T’Nia Miller e Rahul Kohli, os três empregados da mansão que entregam interpretações emocionantes, resultado do bom trabalho de diretor de Flannagan.
Sem abrir nada que estrague a experiência de quem ainda não viu a série, o terror aqui é sempre muito mais psicológico do que explícito. As relações humanas, seus traumas e suas situações não resolvidas prendem vivos e mortos, com resultados devastadores.
Para usar a frase habitual da pequena Flora, “A Maldição da Mansão Bly” é “simplesmente esplêndida”. Espero que o casamento entre Mike Flannagan e a Netflix dure e continue rendendo ótimos frutos como este.
Adriana Maraviglia
@drikared
Assista ao trailer de “A Maldição da Mansão Bly”: