Um plano contínuo através do pesadelo da guerra
|Uma história contada ao diretor Sam Mendes sobre a Primeira Guerra Mundial pelo avô dele, um dos combatentes dessa guerra, transformou-se no roteiro de “1917”, filme que chega amanhã aos cinemas brasileiros.
Dois jovens, Cabo Blake (Dean-Charles Chapman) e Cabo Schofield (George MacKay) precisam conseguir levar um aviso a um grupo de 1600 soldados que estão avançando pelo território inimigo, em um ataque que os fará cair em uma armadilha.
A história é heroica, mas trivial em filmes sobre guerras. O que a tira do lugar comum é a forma como ela foi filmada.
A fotografia de Roger Deakins se une a edição de Lee Smith para criar a ilusão de um plano contínuo, sem cortes, do início ao fim. Não é também uma novidade no cinema, o Mestre Alfred Hitchcock usou esta técnica em “Festim Diabólico” (1948), em um filme que se passava dentro de um apartamento. A diferença agora é que a ação atravessa um campo francês em guerra.
Esse ponto de vista da câmera dá ao público uma sensação única de imersão. A impressão de quem assiste ao filme é a de estar ali, no meio do completo caos, lado a lado com os dois jovens soldados que precisam encontrar forças para completar aquela missão.
Tudo é aflitivo, lama, ratos, corpos destroçados, o diretor atira o público no pesadelo da guerra e não tem como deixar de ficar torcendo para que essa mensagem consiga chegar ao seu destinatário evitando ainda mais mortes e sofrimento.
No elenco também estão Colin Firth, Mark Strong, Benedict Cumberbatch e Richard Madden.
Sam Mendes, vencedor do Oscar em 1999 com “Beleza Americana”, conseguiu mais uma vez.
Fez um dos melhores filmes do ano e com ele já levou para casa 2 dos 3 Globos de Ouro a que foi indicado, exatamente os mais importantes da premiação, o de Melhor Direção e Melhor Filme e pode repetir o feito no Oscar onde está na lista de indicados em 10 categorias.
Adriana Maraviglia
@drikared