“Estrelas Além do Tempo” é um dos grandes filmes desta temporada

Uma história importante que tinha ficado perdida na História; “escondida”, como sugere o título original do filme, mas que precisava ser contada.

Assim é “Estrelas Além do Tempo”, um filme do diretor Theodore Melfi, baseado no livro homônimo de Margot Lee Shetterly, que se propõe a trazê-la a tona,  em um momento crítico, onde temos novamente a questão racial em pauta, graças a ascensão ao poder do conservador e racista Donald Trump.

Na década de 60, no auge da Guerra Fria, a NASA se espreme para tentar chegar na frente, lançando uma nave tripulada ao espaço, usando para isso, tudo o que a tecnologia da época podia oferecer.

Na verdade, nem há tanta tecnologia disponível, os computadores mainframe da IBM ainda não estavam sequer instalados e o esforço se resumia mesmo a manter grupos de matemáticos e engenheiros fazendo  todos os cálculos “a unha”, enquanto se tentava fazer o melhor possível para conseguir um foguete que não explodisse, nem se desmanchasse inteiro, em sua tentativa de escapar da gravidade da Terra.

O problema era gigante e o chefe da operação Hal Harrison (Kevin Costner), com medo de perder a corrida para os russos, coloca todo mundo para trabalhar e acaba convocando três cérebros excepcionais, que até então trabalhavam como “computadores humanos” em uma sala separada da NASA, como mandavam as leis de segregação racial da Flórida.

Entre elas, Katherine Johnson (Taraji Henson), uma matemática brilhante que faz os cálculos de trajetória dos foguetes para conseguir colocá-los em órbita. Mas para conseguir ver seu trabalho reconhecido, ela precisa convencer seus colegas todos machistas e preconceituosos, entre eles Paul Stafford, um engenheiro arrogante e preconceituoso, na atuação brilhante de Jim Parsons, o Sheldon Cooper da série “The Big Bang Theory”.

Mary Jackson (Janelle Monáe), que sai da sala de computadores para ser auxiliar no setor de engenharia, acaba percebendo que poderia ajudar muito mais, mas que para isso precisará voltar à faculdade e conseguir um diploma, o que não será nada fácil, já que a faculdade não aceita estudantes negras.

Já Dorothy Vaughan (Octavia Spencer), cuja maior ambição é ser promovida a supervisora na sala de “computadores humanos”, enxerga uma enorme oportunidade de se tornar mais útil para o projeto estudando a linguagem do mainframe da IBM que tinha acabado de chegar.

São três lições de vida, histórias de pessoas que buscaram o seu espaço,  com força suficiente para servir de estímulo a qualquer um que sonha em fazer algo, mesmo que antes seja necessário derrubar todas as barreiras.

O filme teve 3 indicações ao Oscar e concorre nas categorias melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante (Octavia Spencer).

Mais até do que as indicações ao Oscar podem apontar, “Estrelas Além do Tempo” é um dos mais interessantes desta temporada e merece ser visto. Não percam.

Adriana Maraviglia
@drikared

Assista ao trailer de “Estrelas Além do Tempo”:

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